Há escutas? Há. Têm matéria criminal? Não. Devem, portanto, ser divulgadas? Obviamente não!
O que é que me interessa se Armando Vara combina uma ida ao cinema com José Sócrates? O que é que me interessa se o Primeiro Ministro diz ao telefone que não gosta de Manuela Moura Guedes e que ela é ( e de facto é...) uma péssima profissional de jornalismo?
E a pergunta nem se põe na óptica do "interesse", os portugueses não têm o direito de o saber. E quem foi escutado tem todo o direito de manter na privacidade a conversa que foi tida em...privado!
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O que está aqui em análise é no fundo apurar se as escutas, apesar de aparentemente não conterem matéria relevante para o processo em causa, não poderão ser usadas para outros processos, como o Freeport.
ResponderEliminarComo tal, defendo a não divulgação das mesmas, porque em primeiro lugar deverá ser mantido o segredo justiça para não prejudicar as investigações em curso.
Em segundo lugar, podem apenas ser conversas de índole política e privadas. Como tal, apesar dos média quererem sangue, estas deverão continuar privadas.
Porém, não posso de todo concordar com a sua destruição. Se isso acontecer, vai ficar para sempre a dúvida sobre o seu conteúdo e pairará na atmosfera política nacional uma sombra de encobrimento judicial.
A separação de poderes existe para alguma coisa...
Olha que é muito ingénuo pensar que o que o sr. Sócrates conversava com o Armando Vara era sobre essas miudezas. Estamos a falar de coisas que interessam realmente ao país: estamos a falar de corrupção de mais alto nível e tudo tem que estar esclarecido, ou não é isto uma democracia? Não sei se isso é facciosismo de enfiar a cabeça na areia se é mera ingenuidade, tu me dirás.
ResponderEliminarPrimeira declaração de interesses:
ResponderEliminarChamem-me sonhador, naive ou ingenuo mas ainda acredito na justiça.
Segunda declaração de interesses:
Digo isto sendo o Primeiro Ministro Socialista (isto assim até parece uma piada, leia-se filiado no Partido Socialista) e diria ipsis verbis se ele fosse de uma qualquer outra côr.
Feito o "ponto de ordem" passo a explicar o que digo.
Se as escutas tivessem qualquer tipo de relevância criminal quero acreditar que o Sr. Procurador Geral da República e/ou o Sr. Presidente do Conselho Superior da Magistratura o tinham verificado. E aí, obviamente, medidas judiciais contra o Sr. Primeiro Ministro deveriam ser tomadas.
Como assim não foi acredito que as conversas entre o Sr. Vara e o Sr. Pinto de Sousa foram sobre temas futeis das suas vidas privadas. Temas esse que devem ser mantidos em privado. Certamente as capas da Lux vão ter muito menos encanto, vicissitudes da vida.
Portanto, meus caros co-senadores e mui nobres leitores desta casa, parece-me ser esta a conclusão lógica a tirar das premissas que apresentei em cima.
"Como assim não foi acredito que as conversas entre o Sr. Vara e o Sr. Pinto de Sousa foram sobre temas futeis das suas vidas privadas."
ResponderEliminarRealmente foram. Mas também foram, por exemplo, sobre o negócio PT/TVI, negócio esse que me abstenho de comentar visto que não o teria tempo para o fazer.
E pa as tuas premissas cheiram muito mal o pedro:
ResponderEliminarVamos la ver estas premissas( e ate nem tenho acompanhado com muita atencao a televisao) mas ca vai:
Eram X corruptos, por coincidencia "alguem" os avisou que estavam a ser escutados e para mudarem de cartao, ora havia um corrupto que era mais estupido que os outros e em vez de ter trocado de cartao e telemovel, trocou so de cartao( imagino que a vida tb anda dificil para os corruptos para andarem por ai a trocar de telemovel como quem troca de cuecas) entao como nao trocou de telemovel os amiguinhos da judite conseguiram a mesma escutar e a partir desse corrupto reconstruir a rede de escutas que antes tinham.
O socas, e apanhado a falar sobre a venda da tvi, e no dia aseguir num sitio tao importante da nacao, cheio de honestidade, o exemplo a seguir de todo o homem justo, nao e que diz que nao conhecia o caso da venda da tvi? As vossas conclusoes sao uma porcaria porque andam ofuscados pela maquina partidaria. Fosse um governante do psd e vinham aqui os radicais do PS pedir o sangue do presidente, como e um verdadeiro socialista que esta no poder, veem os socialistas do ps dizer que nao e vida privada e tal( quando ja se sabe que nao e) e os do psd dizerem que as escutas deviam ser reveladas.
Ja agora alguem sabe o que se passou na univ independente? o freeport? abafado? justica?
Um dia a corda roi.. povo acorda que se faz tarde
E agora vou ouvir o pensador para acabar a noite em beleza:
Presta atenção sua puta escuta direitinho
Ele ganhou a eleição e se esqueceu do povão
E uma coisa que eu não admito é traição
Prometeu, prometeu, prometeu e não cumpriu
Então eu fuzilei, vá pra puta que o pariu
ja agora so para deixar aqui uma cabala contra o honesto filho da puta que temos em primeiro ministro:
ResponderEliminarEntrevista: José António Saraiva (Director do Sol)
"Não falimos por um milagre”
José António Saraiva, director do semanário ‘Sol’, revela ao CM que o Governo o pressionou para não publicar notícias do Freeport e que depois passou aos investidores.
Correio da Manhã – O ‘Sol’ foi coagido pelo Governo para não publicar notícias do Freeport?
José António Saraiva – Recebemos dois telefonemas, por parte de pessoas próximas do primeiro-ministro, dizendo que se não publicássemos notícias sobre o Freeport os nossos problemas se resolviam.
– Que problemas?
– Estávamos em ruptura de tesouraria, e o BCP, que era nosso sócio, já tinha dito que não metia lá mais um tostão. Estávamos em risco de não pagar ordenados. Mas dissemos que não, e publicámos as notícias do Freeport. Efectivamente uma linha de crédito que tínhamos no BCP foi interrompida.
– Depois houve mais alguma pressão política?
– Sim. Entretanto tivemos propostas de investimentos angolanos, e quando tentámos que tudo se resolvesse, o BCP levantou problemas.
– Travou o negócio?
– Quando os angolanos fizeram uma proposta, dificultaram. Inclusive perguntaram o que é que nós quatro – eu, José António Lima, Mário Ramirez e Vítor Rainho – queríamos pa-ra deixar a direcção. E é quando a nossa advogada, Paula Teixeira da Cruz, ameaça fazer uma queixa à CMVM, porque achava que já havia uma pressão por parte do banco que era totalmente ilegítima.
– E as pressões acabaram?
– Não. Aí eles passaram a fazer pressão ao outro sócio, que era o José Paulo Fernandes. E ainda ao Joaquim Coimbra. Não falimos por um milagre. E, finalmente, quando os angolanos fizeram uma proposta irrecusável e encostaram o BCP à parede, eles desistiram.
– Foi um processo longo...
– Foi um processo que se prolongou por três ou quatro meses. O BCP, quase ironicamente, perguntava: "Então como é que tiveram dinheiro para pagar os salários?" Eles quase que tinham vontade que entrássemos em ruptura financeira. Na altura quem tinha o dossiê do ‘Sol’ era o Armando Vara, e nós tínhamos a noção de que ele estava em contacto com o primeiro-ministro. Portanto, eram ordens directas.
– Do primeiro-ministro?
– Não temos dúvida. Aliás, neste processo ‘Face Oculta’ deve haver conversas entre alguns dos nossos sócios, designadamente entre Joaquim Coimbra e Armando Vara.
– Houve então uma tentativa de ataque à liberdade de imprensa?
– Houve uma tentativa óbvia de estrangulamento financeiro. Repare--se que a Controlinveste tem uma grande dívida do BCP, e portanto aí o controlo é fácil. À TVI sabemos o que aconteceu e ao ‘Diário Económico’ quando foi comprado pela Ongoing – houve uma mudança de orientação. Há de facto uma estratégia do Governo no sentido de condicionar a informação. Já não é especulação, é puramente objectiva. E no processo ‘Face Oculta’, tanto quanto sabemos, as conversas entre o engº Sócrates e Vara são bastante elucidativas sobre disso.
– Os partidos já reagiram e a ERC vai ter de se pronunciar. Qual é a sua posição?
– Estou disponível para colaborar.
Fonte: http://www.correiodamanha.pt/noticia.aspx?contentid=052E9153-4DED-4A04-82F1-1325F060A529&channelid=00000009-0000-0000-0000-000000000009