"Há nos confins da Ibéria um povo que nem se governa nem se deixa governar."
Caius Julius Caesar

19 novembro, 2009

Carta de Princípio(s)

Tudo tem uma forma de começo. A deste blog será sobre a forma de Carta de Princípios que é também, naturalmente, uma Carta de Princípio.

Antes de mais, cumpre explanar a mística e símbolos do blog Aparenta-se paradoxal a evocação simultânea do mitológico símbolo da pátria lusitana e do tão afamado órgão da soberania Romana. Paradoxal porque talvez Viriato não viesse a ficar satisfeito com uma conotação da sua pessoa com qualquer ideia que se reportasse aos seus arqui-inimigos. Acontece que a História veio dar lugar a um impressionante legado da Civilização Romana e nós, Portugueses,assumimos esse legado, juntamente com a restante Europa. Contudo, enquanto Portugueses, nunca deixámos de admirar as qualidades corajosas e o ímpeto temerário dos nossos mais remotos antepassados. Com o tempo foi se enraizando em nós tanto a idiossincrasia romana como a busca mitológica dos primeiros lusitanos.

Como resultado disto, propomo-nos a fazer este Senado Viratino. Também pode parecer paradoxal, pois que um Senado é composto de senadores e tem-se uma ideia de que um senador é um sénior. Ora, na Roma Antiga um senador era um patrício, portanto, um nobre e não, obrigatoriamente, um sénior. Chegados ao movimento Republicano do século XX deixou de fazer sentido, entre nós, falar-se em patrícios e plebeus, nobres e populares. A nobreza a que aqui aspiramos não é social mas individual; é a nobreza do espírito.

Mas o Senado não deixa de ser um órgão político. Um espaço de discussão sobre a Polis, onde ela se debate a si mesma e se apresentam remédios às suas enfermidades.
O apanágio do Senado é o pluralismo das ideias e o confronto das ideologias que, à maneira da síntese hegelina, fazem resultar na evolução, na verdade do movimento. Por isso os senadores são o mais diametralmente opostos, dentro do possível, com valores extremos e ideias distintas. Pode o assunto versar as causas etéreas da arte, religião e filosofia; bem como as causas mundanas da política, da sociedade e (até) do futebol. O debate dialéctico e retórico terá toda a garantia e liberdade, apenas limitado pelo tacto social e respeito: indispensáveis aos senadores civilizados. Este nosso Senado só assim se pode afirmar, com a diferença e com o respeito pela pluralidade.


São estas as coordenadas. A partir daqui, cada Senador por si.

Sem comentários:

Enviar um comentário