"Há nos confins da Ibéria um povo que nem se governa nem se deixa governar."
Caius Julius Caesar

20 junho, 2010

José Saramago

Há Homens que são maiores que isso mesmo, há Homens para os quais Homem nunca será bastante nem como substantivo nem como adjectivo, há Homens que se libertam para sempre das amarras de ser Homem para ser outra coisa ainda não inventada pelo Homem. Há Homens para os quais nunca bastará ser Homem.

The Goal Isnt to Live Forever, Is to make something that will....

E se este Homem, vive através da sua obra então este Homem será para sempre, Homem!

09 maio, 2010

Breve nota sobre laicidade

Nos últimos tempos tem-se afirmado com veemência que o Estado português é laico. A afirmação serve para fundamentar alguma perplexidade por se permitir que os funcionários públicos faltem ao trabalho no contexto da visita do Papa a Portugal. Igual perplexidade, por o Estado ser laico, por se gastarem cerca de 200 mil euros (digo de cor) do erário público para custear a mesma visita. Agravam-se todos estes motivos com a crise, a necessidade de produzir, o combate ao absentismo, etc…

Diz-se logo: o estado é laico mas a sociedade não!

O argumento não convence, especialmente se não soubermos o que é a laicidade.

A laicidade do estado é a independência do poder político face às confissões religiosas. Assim, não compete ao poder político pronunciar-se acerca de convicções e práticas religiosas, da existência ou inexistência de Deus. Do mesmo modo, os líderes das igrejas e religiões não interferirão na condução dos destinos do Estado.

Dizer isto não é o mesmo que dizer que para o Estado Deus não existe ou que para o Estado é indiferente o fenómeno religioso.

Se o corolário da laicidade do Estado é que não existe um “Estado Católico” ou “Protestante” ou “Islâmico” ou “Judaico” também decorre que não existe um Estado Ateu ou Agnóstico. O Estado Português é laico, não é nem ateu nem agnóstico, e relaciona-se com as confissões religiosas. E relaciona-se, em especial, com a Igreja Católica. Não apenas por razões históricas (quer se queira quer não a nossa idiossincrasia nacional construiu-se na base de sermos ou termos sido um país maioritariamente católico) mas por muitas outras: sem a Igreja, Portugal seria hoje um país menos solidário, menos inclusivo e com menos oportunidades de dignidade para as pessoas. Só quem não conhece o país é que não sabe que a acção social da Igreja chega aos últimos, de quem muitas vezes o nosso querido Estado laico e social (muitos lêem como ateu, humanista e social) se esquece: aos velhos do interior deserto, aos órfãos, às mães solteiras e às mulheres que abortam, aos pobres, aos sem-abrigo, às famílias que têm fome, aos que sofrem com a droga. O que é mais curioso é que a acção social nem sequer é a principal tarefa da Igreja…

Portanto, quem reconhece o trabalho que a Igreja hoje faz no nosso país não estranha que o Estado deixe que os seus fiéis faltem ao trabalho por um dia e meio e que até alimente relações de cordialidade e cooperação com a Igreja.

Quanto aos 200 ou 500 mil euros, não nos preocupemos! Os custos vão ser cobertos pelos fiéis e o Estado ainda vai encaixar uns quantos milhares extra, graças às dezenas de milhar de peregrinos que cá vêm de todo o mundo..

07 maio, 2010

E agora Cameron?

O Partido Conservador Britânico ganhou, na madrugada de hoje, as eleições para a Câmara dos Comuns. Pela primeira vez desde 1974 sem maioria absoluta. Vamos ser se, e como, consegue
David Cameron formar um governo estável...
A grande desilusão da noite foi Nick Clegg, líder dos Liberais Democratas. Apelidado por alguns como o "novo Obama" acabou por ficar muito longe dos quase 30% que algumas sondagens lhe davam.

Gordon Brown perde, e perde bem. Com uma imagem extremamente desgastada estava destinado a este resultado. Por ventura injusto, sabe-se agora que salvou o Reino Unido de um colapso da banca. Brown que foi Prime Minister durante três anos e nas primeiras eleições a que concorre...perde. Mais uma prova que a saída de Tony Blair foi bastante mal gerida...





06 maio, 2010

Diabo na Cruz

A melhor coisa que aconteceu à música portuguesa nos últimos dez anos:



Os loucos estão certos
Os certos estão fartos
Os fartos são modernos com os pés no chão
Os sogros estão pobres
Os pobres estão mortos
Os mortos são vivos em preservação
O bairro está cheio
As cheias estão à porta
O António das chamuças mudou de canal
Os loucos estão certos
É preciso ouvi-los
Foram avisados não nos querem mal
Os loucos estão parvos
Os parvos estão no trono
O trono que era bênção fez-se maldição
Os trilhos estão cruzados
A fome aí à espera
O tio veio ao casório para insultar o irmão
Os padres comem putos
Os putos comem ratos
Na igreja de São Torpes hoje há bacanal
Os loucos estão certos
É preciso ouvi-los
Foram avisados não nos querem mal
Ai, ai, ai
Já que a gente se habitua ao ai
Ai, ai, ai
Já que a borga continua
Já que o ritmo não recua
Seja o filho avô do pai
Os loucos estão certos
Os certos estão fartos
Os fartos são modernos com os pés no chão
Os trilhos estão cruzados
A fome aí à espera
O tio veio ao casório para insultar o irmão
Os padres comem putos
Os putos comem ratos
Na igreja de São Torpes hoje há bacanal
Os loucos estão certos
É preciso ouvi-los
Foram avisados não nos querem mal
Ai, ai, ai
Já que a gente se habitua ao ai
Ai, ai, ai
Já que a borga continua
Já que o ritmo não recua
Seja o filho avô do pai

Ornatos Violeta

A melhor coisa que aconteceu à música portuguesa nos últimos 20 anos:

Nao vou procurar quem espero

Se o que eu quero é navegar

Pelo tamanho das ondas

Conto nao voltar

Parto rumo à Primavera

Que em meu fundo se escondeu

Esqueco tudo do que eu sou capaz

Hoje o mar sou eu

Esperam-me ondas que persistem

Nunca param de bater

Esperam-me homens que resistem

Antes de morrer

Por querer mais do que a vida

Sou a sombra do que eu sou

E ao fim nao toquei nem nada

Do que em mim tocou

Eu vi,mas nao agarrei

Eu vi,mas nao agarrei

Parto rumo à maravilha

Rumo à dor que houver p'ra vir

Se eu encontrar uma ilha

Paro p'ra sentir

E dar sentido à viagem

A sentir que eu sou capaz

Se o meu peito diz "Coragem!"

Volto a partir em paz

Eu vi,mas nao agarrei

Eu vi,mas nao agarrei

Eu vi,mas nao agarrei

Eu vi,mas nao agarrei


22 abril, 2010

Vergonha (in)Constitucional




A única palavra que me ocorre é vergonha. Vergonha de fazer parte do corpo estudantil de uma Faculdade onde, em pleno século XXI, há senhores que por detrás do manto do grau académico (leia-se hipocrisia) utilizam aulas onde deviam ensinar para doutrinar.

Recordo que a cadeira em causa é leccionada no 1º ano do curso. São portanto mulheres e homens que alguns nem 18 anos têm e acabaram de entrar num universo ao qual não estão habituados. Se naquela casa o que um professor mais austero diz já é doutrina inequivoca e inquestionavel, para um aluno do primeiro ano é mesmo lei.

Estamos perante uma situação que deve ser levada a sério. Quando fiz o meu primeiro ano houve situações semelhantes. Não está aqui em causa a competência do Senhor Professor, nenhum aluno ou ex-aluno a põe em causa.

O Senhor Professor nunca conseguiu separar o que é leccionar direito constitucional e o que é doutrinar sobre as suas convicções politicas, religiosas ou sociais. Nas aulas de direito, doutrina os seus alunos com as suas convicções.

E isso é inaceitável numa Faculdade de Direito de um Estado de Direito democrático onde se deve respeitar a pluralidade e a diversidade de opinião.


18 fevereiro, 2010

Se mudava alguma coisa?

A intenção, aparentemente, é boa. Tudo aquilo que é descriminar pessoas, e a sua dignidade, pela razão da sua orientação sexual é moralmente lamentável. Não é menos lamentável, porém, que para se salvarem os anéis se cortem os dedos. Se a minha mãe fosse lésbica mudava muita coisa. Não seria motivo suficiente para que se quebrassem os meus laços afectivos para com ela, mas que muita coisa mudava não há dúvida. O mesmo se o meu pai fosse gay. Todos nós desejamos naturalmente que nosso pai e nossa mãe sejam felizes juntos. Se não temos esse desejo é por uma de duas razões: ou porque nunca os vimos juntos e é já natural que seja assim; ou porque o casamento (convivência) entre eles foi uma catástrofe. Se mudava alguma coisa, saber que a minha mãe arranjou namorada?

Se a minha mãe fosse lésbica, provavelmente não teria irmãos;

Se a minha mãe fosse lésbica, não sei se viveria com ela. Se vivesse, então não viveria com o meu pai;

Se a minha mãe fosse lésbica, possivelmente seria amasculinada e, como tal, necessariamente menos mãe; de outra forma seria igualmente maternal, mas teria um pai  que afinal era uma mulher; ou então nem isso era e, afinal, nem pai tinha mas uma mãe e uma tia que dormem juntas;

Se a minha mãe fosse lésbica ia muita coisa fazer-me confusão e a última coisa com que me ia preocupar era homofobia, não ia ter medo da minha mãe!

Se a minha mãe fosse lésbica a minha família simplesmente se desfazia;

Portanto, se a minha mãe fosse lésbica mudava muita coisa.

Por vezes questiono-me se estas ditas campanhas contra a homofobia não serão afinal campanhas que promovem a homossexualidade como se fosse igual ser homo ou hetero. Não é igual! Dizer isso é dizer que a sexualidade humana não tem valor. Ora, esta vale na medida em que permite que duas pessoas diferentes se entreguem e se recebam sem medo da diferença. Nós não somos uns seres que temos um sexo como extra. Somos homens e mulheres e o ser homem e ser mulher – na respectiva sexualidade – destrói-se na homossexualidade. A homossexualidade corresponde justamente à rejeição daquilo que é diferente e a um fecho à vida com pretexto de liberdade.

Também me questiono por que razão é que a CML apoia isto.

Não tenho medo nenhum de homossexuais, aceito-os perfeitamente na minha sociedade como são e respeito as suas escolhas e modos de vida. Do que tenho medo é que esta tendência homossexualizante e a sua promoção destruam o que resta da família, verdadeiro alicerce e fundamento da sociedade. Uma sociedade tendencialmente homossexual ou heterossexual esterilizada não tem capacidade para gerar famílias que sustentem uma civilização. Também tenho medo deste novo conceito de família: em que o compromisso e o espírito de missão - geradores de um afecto perene, saudável e estável - dão lugar ao afecto gerado pelo hedonismo e pelo prazer - inseguros, incertos e instáveis. Pela árvore se vê o fruto. Que fruto poderemos colher desta “nova” “família”?

17 fevereiro, 2010

Nobre "fractura"

A esquerda acabou de partir:

Fernando Nobre candidata-se à Presidência da República, muito possivelmente com algum lobby da família Soares. Esta candidatura talvez venha a ser uma dádiva (inesperada) do céu para o PS não ter que, quase a contragosto, apoiar a candidatura de Manuel Alegre.

De qualquer modo, estou bastante curioso para ver a apresentação oficial da candidatura na sexta. Aguardemos então...

11 fevereiro, 2010

Rangel resolve?

Quando estamos a sair de uma crise económica, eis que entramos numa outra, política. Não pode haver outro fim se não a demissão deste governo num mais curto ou longo prazo. Quando o primeiro-ministro atenta, ele próprio, contra os princípios do estado de direito (se é que isso existe em Portugal), manietando o procurador-geral da República, sem que o mais alto órgão de jurisdição em Portugal possa fazer alguma coisa e com a condescendência omissiva do presidente da república, não há outra alternativa se não que o governo se demita ou que alguém o demita. Não se trata de não gostar do actual governo, que tem a sua legitimidade, trata-se de estar em causa o funcionamento democrático e regular das instituições.

É o momento de se cumprir Portugal? É o momento de começar do zero? É o momento do nosso esperado Sebastião chegar?

Esperava mais que um Rangel mas por enquanto deve servir...

07 fevereiro, 2010

A naturalidade...

O mais chocante de tudo isto é o facto de já nem sequer ficarmos surpreendidos, e de tudo já parecer banal.

Post Scriptum- estamos a ficar com falta de espaço no blog, ou há outra razão para terem desaparecido posts?

03 fevereiro, 2010

Problemas a resolver

Nesta nossa pátria de costumes brandos têm vindo a acontecer coisas engraçadas: aprovação de um DL que reconhece aos homossexuais o acesso ao casamento mas que enferma logo de inconstitucionalidades (se era para resolver o assunto que se resolvesse como deve ser e com coerência, não viessem com a história do mandato do povo, que já aqui mereceu algures a devida crítica), aprovação de orçamento de estado elaborado por um governo socialista e viabilizado por partidos da direita que, afinal, parece que não o querem, cenas de pancadaria em túneis de acesso a relvados de futebol (tudo estaria bem se não fossem protagonistas profissionais de clubes grandes), abertura de ano judicial tão morninha que dá vontade de vomitar – a paródia que Luís Pedro Nunes fez do acontecimento, no Eixo do Mal só é brilhante –, o deboche das escutas de Pinto da Costa no youtube… Enfim, coisas engraçadas! Quando todos pensávamos que pouca coisa nos poderia surpreender em Fevereiro, eis que rebenta Mário Crespo denunciando uma conversa que o nosso prezado PM teria tido com outro não menos prezado membro do governo. Conversa essa que parece não ser lá muito típica de um homem tão democrático e tão respeitador das liberdades da democracia.. Estou curioso para ver como se vai resolver o problema. Vai ser engraçado, com toda a certeza.

Simultaneamente, e não querendo ser daqueles estrangeirados que dizem que lá fora é que é bom, vemos um ex-primeiro ministro francês em muito maus lençóis com a justiça. Tentei e não consigo imaginar parecido em Portugal!

14 janeiro, 2010

Apelo

Face à situação dramática que se vive no Haiti, aqui fica o NIB da Cáritas Portuguesa, que está a recolher fundos para ajudar a superar as dificuldades de todos os que lá vivem. Qualquer ajuda, por insignificante que pareça, é importante.

NIB CÁRITAS AJUDA HAITI
003506970063000753053


Podem confirmar em:
www.caritas.pt

The Revolution Will Not Go Better With Coke

http://www.youtube.com/watch?v=BS3QOtbW4m0

Porque gosto e acho que faz pensar.

05 janeiro, 2010

Galandum

Presto homenagem a uma das melhores bandas de folclore (ou folk, porque ser moderno fica bem) nacionais e muito bem reputada a nível europeu. São os Galandum Galundaina que lançaram no passado Dezembro o seu terceiro disco: Senhor Galandum, que inclui temas como Fraile Cornudo, Coquelhada Marralheira, com a participação de Sérgio Godinho, e Senhor Galandum.

Os Galandum (como habitualmente são referidos) são arautos, por esse país e Europa fora, de uma cultura que sendo tão portuguesa nos está tão distante, especialmente daqueles provincianos da grande urbe, como dizia Pessoa, que menosprezam a cultura tradicional em nome de um cosmopolitismo deslumbrado e infantil. Proclamam com suas gaitas e frautas pastoris a extasiante cultura celta do planalto mirandês. Os Galandum cantam em Mirandês canções populares mirandesas, interpretadas com uma qualidade técnica irrepreensível e uma vigorante frescura musical.

Ainda que tardia, não podia deixar de ser feita esta referência. Acontece que só esta semana tomei conhecimento do lançamento – já há meses esperado – do disco.

Alguns novos temas podem ser escutados aqui.

Fica também a versão de Fraile Cornudo no DVD ao vivo, melhorada no novo álbum. Agora resta esperar que chegue à discoteca da FNAC.

02 janeiro, 2010

Incertezas

Iniciou-se ontem um novo ano, mas também uma nova década. Década importante para a nossa geração, que, provavelmente, entrará no mercado de trabalho, mas também para o país, que atravessa - e atravessará (?) - momentos difíceis e desafiantes.
A nível internacional, Portugal enquadra-se numa União a 27 (UE), em crise e pouco adaptada a um Mundo já muito diferente do de Roma (1957) ou Mäastricht (1992). Lisboa (2007) não parece também ter sido a luz de que a UE e os seus cidadãos precisam. ´
Para agravar, deparámo-nos com a emergência das potências BRIC (Brasil, Rússia, Índia, China), com as quais Portugal e a União têm dificuldade em competir. Conseguiremos superar ou resistir? Limitamo-nos a citar a inquietante incerteza do pensador português Adriano Moreira: "O futuro é demasiado complexo para ser razoavelmente previsível!".
Note-se que, apesar da incerteza da conjuntura internacional, o mesmo prof. Adriano Moreira aponta a janela de oportunidades para Portugal neste plano: Brasil e CPLP. E esse pode ser um caminho ao nível das Relações Externas!
A nível nacional, estão já diagnosticados muitos dos problemas. Cabe resolvê-los.
Destacamos a excessiva partidarização do Estado, algo a combater na década que se avizinha, designadamente alterando o sistema de governo para Portugal, numa urgente e necessária revisão constitucional. O défice das contas públicas e o endividamento externo (177 mil milhões de euros, 120 % do PIB, em Set. 2009) são, como já aqui foi dito em Novembro, igualmente graves.
Um país virado para o mar deveria repensar o aproveitamento que dele faz, nomeadamente ao nível da produção energética (com as chamadas "renováveis"), do sector das pescas e da melhoria dos seus portos, devolvendo ao país a condição de "porta marítima" da Europa. Negar a vocação marítima nacional é negar o passado de Portugal.
O sector agrícola não tem também sido alvo de aposta: há que ponderar sobre o rumo a dar a este sector, tão esquecido, mas tão necessário. O mesmo se diga para o sector secundário.
Parece-nos por isso indispensável a atracção de investimento estrangeiro em Portugal e , eventualmente, a redução do papel do Estado na actividade económica. Caberá, contudo, sempre ao Estado a criação das condições favoráveis ao investimento em Portugal - aí a reforma judicial e o combate à corrupção são fulcrais! Não pode também o Estado abster-se de levar a cabo uma melhoria das políticas para os sectores da Educação e Ensino Superior, de forma séria: não para as estatísticas.
Os desafios parecem ser muitos, para um Portugal que parte para a nova década fortemente limitado, em virtude das opções políticas que têm sido tomadas. O trabalho está à vista, mas não nos devemos assustar...afinal... "O Homem nasceu para trabalhar, tal como o pássaro para voar".
Bom ano e bom trabalho!