"Há nos confins da Ibéria um povo que nem se governa nem se deixa governar."
Caius Julius Caesar

18 dezembro, 2009

Grande Mário

Por Mário Crespo

In Jornal Noticias 14-12-2009

O palhaço

O palhaço compra empresas de alta tecnologia em Puerto Rico por milhões, vende-as em Marrocos por uma caixa de robalos e fica com o troco. E diz que não fez nada. O palhaço compra acções não cotadas e num ano consegue que rendam 147,5 por cento. E acha bem.

O palhaço escuta as conversas dos outros e diz que está a ser escutado. O palhaço é um mentiroso. O palhaço quer sempre maiorias. Absolutas. O palhaço é absoluto. O palhaço é quem nos faz abster. Ou votar em branco. Ou escrever no boletim de voto que não gostamos de palhaços. O palhaço coloca notícias nos jornais.

O palhaço torna-nos descrentes. Um palhaço é igual a outro palhaço. E a outro. E são iguais entre si. O palhaço mete medo. Porque está em todo o lado. E ataca sempre que pode. E ataca sempre que o mandam. Sempre às escondidas. Seja a dar pontapés nas costas de agricultores de milho transgénico seja a desviar as atenções para os ruídos de fundo. Seja a instaurar processos. Seja a arquivar processos. Porque o palhaço é só ruído de fundo. Pagam-lhe para ser isso com fundos públicos. E ele vende-se por isso. Por qualquer preço. O palhaço é cobarde.

É um cobarde impiedoso. É sempre desalmado quando espuma ofensas ou quando tapa a cara e ataca agricultores. Depois diz que não fez nada. Ou pede desculpa. O palhaço não tem vergonha. O palhaço está em comissões que tiram conclusões. Depois diz que não concluiu. E esconde-se atrás dos outros vociferando insultos. O palhaço porta-se como um labrego no Parlamento, como um boçal nos conselhos de administração e é grosseiro nas entrevistas.

O palhaço está nas escolas a ensinar palhaçadas. E nos tribunais. Também. O palhaço não tem género. Por isso, para ele, o género não conta. Tem o género que o mandam ter. Ou que lhe convém. Por isso pode casar com qualquer género. E fingir que tem género. Ou que não o tem. O palhaço faz mal orçamentos. E depois rectifica-os. E diz que não dá dinheiro para desvarios. E depois dá. Porque o mandaram dar. E o palhaço cumpre.

E o palhaço nacionaliza bancos e fica com o dinheiro dos depositantes. Mas deixa depositantes na rua. Sem dinheiro. A fazerem figura de palhaços pobres. O palhaço rouba. Dinheiro público. E quando se vê que roubou, quer que se diga que não roubou. Quer que se finja que não se viu nada.

Depois diz que quem viu o insulta. Porque viu o que não devia ver.

O palhaço é ruído de fundo que há-de acabar como todo o mal. Mas antes ainda vai viabilizar orçamentos e centros comerciais em cima de reservas da natureza, ocupar bancos e construir comboios que ninguém quer. Vai destruir estádios que construiu e que afinal ninguém queria. E vai fazer muito barulho com as suas pandeiretas digitais saracoteando-se em palhaçadas por comissões parlamentares, comarcas, ordens, jornais, gabinetes e presidências, conselhos e igrejas, escolas e asilos, roubando e violando porque acha que o pode fazer. Porque acha que é regimental e normal agredir violar e roubar.

E com isto o palhaço tem vindo a crescer e a ocupar espaço e a perder cada vez mais vergonha. O palhaço é inimputável. Porque não lhe tem acontecido nada desde que conseguiu uma passagem administrativa ou aprendeu o inglês dos técnicos e se tornou político. Este é o país do palhaço. Nós é que estamos a mais. E continuaremos a mais enquanto o deixarmos cá estar. A escolha é simples.

Ou nós, ou o palhaço.

13 dezembro, 2009

Samuelson


Morreu hoje, aos 94 anos, Paul Samuelson.
Presto aqui a minha homenagem àquele que foi um dos maiores economistas de sempre!


Sócrates e a oposição

Ouvia há pouco na TSF uma frase do nosso PM que me deixou confuso, para não dizer pior. Dizia ele num encontro da Federação da Área Urbana de Lisboa (do PS, claro está) qualquer coisa como – não me lembro das palavras certas – “A Assembleia da República não pode fazer aprovar tudo o que quer porque temos um mandato dos portugueses para governar” acrescentou “isso está errado”. Ai não pode? O Sr. José Sócrates já ouviu falar da separação de poderes? Dá ideia que a maioria absoluta o deixou muito mal habituado… Ele dirige o poder executivo, alguém lhe diga! É que o que aconteceu na legislatura passada devia ser uma excepção: o poder executivo e legislativo estarem nas mãos da mesma cabeça. Alguém diga àquele senhor que ele tem que governar o país de acordo com o que a AR lhe mandar, porque é ela que representa o querer do povo. Alguém lhe diga, também, que não se escude no “mandato claro” que o povo português lhe atribuiu. Primeiro porque só foi mandatado por 2 milhões de eleitores (acho que vamos nos 8M), em segundo porque se mandato houver é de poder executivo. A competência legislativa do governo, que noutros países é muito mais restrita, só serve para facilitar o exercício da sua verdadeira competência que é a executiva.

O que me preocupa, no fundo, é o desplante do disparate. O à vontade com que se dizem estas coisas: “isso está errado”, como se estivesse a falar um grande professor de ética política. Preocupa-me também que este senhor, que é nosso governante, esteja mesmo convencido disso, de que tinha direito a que a AR fosse mais na vontadinha dele.

Enfim, agora só daqui a 4 anos podemos por as coisas no sítio, esperemos. Entretanto a notícia vem na TSF, aqui, e no Público, acoli, omitindo aquela escabrosa frase do nosso PM.

08 dezembro, 2009

Spot de abertura da conferencia de Copenhaga



Não esperava que uma conferência desta magnitude recorresse a publicidade desta índole, que roça de perto um sensacionalismo alarmista, que nada credibiliza os trabalhos. Espero que esta abertura não seja um mau pronuncio e que da conferência saiam soluções concretas, para problemas concretos. Veremos...

Dá que pensar

Excerto de uma entrevista interessantíssima a a Stefano Allievi, Professor de Sociologia na Universidade de Pádua. Já se falou neste espaço de xenofobia, dá que pensar...

Um Alegre Presidente

Na sequência desta notícia, republico na íntegra um texto que já tinha escrito faz uns tempos. Mantenho o que disse, só tenho ainda mais vontade de apoiar Manuel Alegre.
"Começo por fazer uma declaração de interesses: sou um enorme fã de Manuel Alegre.
Parece que finalmente o Bloco tomou uma decisão em nome do interesse dos portugueses e do país. É óbvio que não há almoços grátis e possivelmente isto não passa de uma " jogada de bastidores" no já normal jogo do pendura e do oportunismo do Bloco.

Alegre parece-me ser um nome consensual na esquerda, provavelmente o único. A sua, e ao que parece boa, relação com o BE parece-me razão mais que suficiente para Louçã apoiar a sua candidatura. Depois de todo o jogo feito pelo BE, usar Alegre com forma de minar o PS e dividi-lo, era um tiro no pé não o apoiar caso este avance.

Da parte do PS não me parece sequer perfilar-se outro possível nome. E mesmo que haja nenhum será certamente melhor que Alegre. Ser o candidato socialista a umas eleições presidenciais será uma maneira de o manter no partido, a ele e a todos os que o apoiam. E manter Alegre é fundamental para o partido não perder a sua identidade, a sua ideologia e parte dos seus militantes e simpatizantes.

Parece-me de todo cedo para o assunto presidenciais começar a ser falado. A união há esquerda (sei que é quase uma utopia...) é para mim sempre uma boa solução. A direita unida ganha sempre a uma esquerda dividida, nunca a uma esquerda unida. Pena é que essa união muito raramente se verifique...e depois temos Cavaco...

Friso que Alegre foi nas ultimas eleições, é hoje e será sempre o meu candidato."

07 dezembro, 2009

Porque faz todo o sentido!

"Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.

E se tudo o mundo é composto de mudança,
Troquemo-lhes as voltas que ainda o dia é uma criança.

Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.

Mas se tudo o mundo é composto de mudança,
Troquemo-lhes as voltas que ainda o dia é uma criança.

O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já coberto foi de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.

Mas se tudo o mundo é composto de mudança,
Troquemo-lhes as voltas que ainda o dia é uma criança.

E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto:
Que não se muda já como soía.

Mas se tudo o mundo é composto de mudança,
Troquemo-lhes as voltas que ainda o dia é uma criança."

José Mario Branco

Amen III

Caro José, lamento o tardar da minha resposta. Ora visto que o teu post de título Amen II, já deu novela (como diria o grandioso João César Monteiro), eu vou limitar-me a responder um pouco ao estilo stricto sensu ás tuas respostas. Não que fosse do meu interesse poder deleitar-me em abordagens a diversos temas já referidos e que a mim tanto me interessam, contudo para tal necessitaria de muito mais que um post e há limite no que toca a colocar números romanos em frente da palavra Amén.

1-Por outro lado, confesso nunca ter ouvido ninguém da Igreja a incentivar a disseminação de uma doença (também pode ficar para outras núpcias)

-Queres mesmo deixar para outras núpcias? Eu não deixaria porque me parece interessante fazer um interessante raciocínio lógico! Há 22.2 milhões de pessoas no continente africano infectadas com o HIV, na América Latina o número é de 2 milhões e na Europa os infectados ascendem aos 2.3 milhões, a forma mais eficaz de impedir a propagação deste vírus é o uso do preservativo. O Papa que dentro da minha escassa cultura eclesiástica julgo ser a mais alta figura da hierarquia afirma: "The traditional teaching of the church has proven to be the only failsafe way to prevent the spread of HIV/Aids." Ora, atentar contra a única solução comprovada para a não disseminação de uma doença não será um incentivo á total propagação da mesma?


2- nem tampouco fazer apologia do molestamento de crianças.

Eu não referi qualquer apologia do molestamento, referi apenas o molestamento em si....Mas olha não digas isso muitas vezes porque a ideia ainda pega...

3-Essa é uma leitura inadmissivelmente tendenciosa de alguém que comenta uma notícia e recorta a parte que lhe desfaz o comentário, salvo o devido respeito a quem o faz. Vale a pena recordar o que disse o actual arcebispo de Dublin (que nada tem que ver com o escândalo) na mesma notícia: current Archbishop of Dublin, Diarmuid Martin, apologised to the victims, describing their abuse as an "offence to God". He said: "I offer to each and every survivor my apology, my sorrow and my shame for what happened."

Permite-me a confidência, mas na minha selecção informativa ou recorte como preferires, não houve propriamente uma postura tendenciosa, mas sim eminentemente preguiçosa, visto que essa citação seria óptimo material para um post, porque alias eu pretendia fazer uma pequena compilação de todos os pedidos de desculpa da igreja católica. Faz lembrar aquelas criancinhas que fazem os disparates e depois pedem desculpa, nós até aos 5 anos ainda desculpamos, mas quando a criancinha já tem quase dois mil é mais dificil.
Por outro lado e a propósito de pedidos de desculpa: Caso venha a haver uma convenção de luta contra a sida em Copenhaga como é que eles envelhecerão o Ratzinger para o seu pedido de desculpa em 2020, pelo facto de os infectados em África ter atingido os 40 milhões?
Quando eu tiver a compilação pronta, eu volto a este tema!

4-Há ainda outra inverdade clamorosa quando se diz que os arcebispos não contaram nada à polícia: For their part, Gardai frequently ignored complaints from victims, effectively granting priests immunity from prosecution. The inquiry found that church authorities nurtured inappropriately close relations with senior police officers. (Gardai é a força policial irlandesa)

Inverdade clamorosa?: An inquiry into child abuse at Catholic institutions in Ireland has found church leaders knew that sexual abuse was "endemic" in boys' institutions.

Fica aqui o artigo completo, só transcrevo o subtitulo pois basta:

Deixo por fim o video musical (não o oficial porque a incorporação desse foi desactivada sabe deus porquê) que se debruça sobre o tema, porque fica sempre bem passar publicidade a boas bandas:

06 dezembro, 2009

Coisas que me vieram à cabeça - I



Inauguro agora uma rubrica a que dou o título de "Coisas que me vieram à cabeça". Aqui exporei, de uma maneira menos formal, aquilo que penso sobre... coisas que me vieram à cabeça. Como tal, não posso nem quero definir os assuntos sobre os quais incidirei: a sociedade é vasta e a mente humana imprevisível.


Neste artigo, falo-vos de duas pragas: os Pais-Natal-Trepadores (PNT) e os Meninos-Jesus-Toalha-de-Praia (MJTP).

Os primeiros apareceram já há uns anos: assim a meio de Novembro, começam a surgir figurinhas vermelhas que, contrariando o peso da sua proeminente barriga, trepam vigorosamente à janela das pessoas. De início, causam estranheza. Depois, saturação. Agora, já nem ligo: algumas vezes até dão um efeito cómico.

Contudo, surge agora um fenómeno que, foi-me dito, visa combater os Pais-Natal-Trepadores. Já todos devem ter reparado que também por meados de Novembro apareceram como que por milagre milhares de toalhas de praia vermelhas nas janelas de Lisboa. Acontece que não surgiram por milagre, nem são toalhas de praia: ao que parece, numa promoção da Igreja Católica, são agora vendidos panos vermelhos com a figura do Menino Jesus. Pela módica quantia de 15 euros.

Sem questionar a nobreza da finalidade dos MJTP, parece-me que só vieram piorar a situação. São igualmente foleiros e danosos para a paisagem urbana. Pior: enquanto os PNT são objectos humildes que se vendem barato em qualquer loja dos trezentos do país, os MJTP são, na sua cruzada contra os PNT, insuportavelmente pretensiosos. E caros.


Por isso, crucifiquem-me, mas fico com os Pais-Natal-Trepadores.

Madeira

Porque razão não dá a Madeira independência a Portugal Continental?


Achei esta frase soberba. Foi veiculada num comentário a esta notícia e reflecte o estado de cansaço que o "contenente" já começa a ter dos contínuos dislates de JJ.

A Sicília continental, como o Sr. João Jardim nos chamou, agradecia ficar livre do "jugo" tirânico, das birras e flutuações de humor de quem pede sempre muito, mas contribui pouco.

A (não) tão Bella Italia II

Artigo interessantíssimo sobre a qualidade da democracia italiana. As denúncias partem de um jornalista, criticando a apatia política, e vão desde violações do contrato social de Rosseau, até às mágoas dos totalitarismos. Tudo é abordado de forma consistente e preocupante.

O controlo do quarto poder e ingerências nos outros três, são também denunciados por quem não tem medo. Isto num país em que a Máfia será talvez um quinto poder, exige alguma frieza e coragem!

05 dezembro, 2009

Um Real Mourinho?


A aventura em Milao parece estar a chegar ao fim. Proxima paragem, Madrid?

Universidades Portuguesas

Este artigo no DN, sobre a aferição da qualidade do nosso ensino universitário, corrobora as preocupações expressadas pelos alunos no passado mês de Novembro, aquando a marcha pelo ensino superior, que reuniu cerca de 4.000 discentes de todo o país.

As conclusões do estudo, de âmbito europeu, não são as melhores:
Fraca eficiência, falta de doutorados, falta de investigação, fraca adaptação dos programas às necessidades do mercado de trabalho.
Sugere-se ainda, no final do artigo, um financiamento dependente de resultados.


Estas ideias oferecem duas críticas.
Apesar de a formação superior dos alunos ter um objectivo de posterior integração no mercado de trabalho, a transformação funcionalista das universidades em meras fábricas de futuros trabalhadores, atenta contra a própria origem do conceito universitário. A criatividade, o espírito de investigação, o empreendedorismo, a criação de novas soluções nos âmbitos de estudo, sempre coadjuvadas pelos mestres, fazendo um bom uso da sua libertas docendi, devem ser por excelência, os objectivos de uma universidade que se preze.

A segunda crítica adverte para os perigos de atribuir verbas de acordo com os resultados obtidos. Fazer depender o financiamento dos resultados é, per si, uma ideia boa. Resta é saber que resultados. Se os critérios de avaliação passarem pela quantidade de alunos licenciados, dispenso! Essa forma seria apenas e só uma maneira de promover o facilitismo, indo contra o rigor e exigência que se pretende.

Nunca convém esquecer que os alunos de hoje serão os profissionais de amanhã.
Fica a pergunta: que profissionais queremos no nosso país?

04 dezembro, 2009

Francisco Sá Carneiro

Francisco Sá Carneiro
Porto, 19 de Julho de 1934 — Camarate, 4 de Dezembro de 1980


Depois de um debate quinzenal tão agitado é curioso ver MFL a recorrer ao auxílio dum ícone do PSD e da política nacional para justificar as suas opções políticas.
A necessidade de se socorrer do "argumento de autoridade" de alguém, que infelizmente já faleceu à 29 anos, diz muito sobre a corrente ideológica (ou falta dela) de um partido...

Pimba, pimba e pimba!

"Não tenha esse comportamento nervoso, é um comportamento impróprio. Eu digo-o aos meus filhos e digo-lhe a si, porte-se com juizinho."

"Manuela Ferreira Leite elevou a coscuvilhice a matéria de debate politico, o que é indigno"

E foi mais um Debate Quinzenal no nosso Parlamento, muito ao nosso estilo América Latina.

Grupo G - Mundial 2010


02 dezembro, 2009

1ºLugar do Grupo


Num grupo com Everton, AEK e Bate Borisov o Benfica garante o primeiro lugar do Grupo I a uma jornada do fim. Parabéns!

01 dezembro, 2009

Tratado de Lisboa

No dia da restauração na nossa independência falo de um Tratado com o nome da nossa capital. Foi hoje, no Mosteiro dos Jerónimos, oficialmente assinado um tratado reformulador quem vem, inequivocamente, dar mais poder ao Parlamento Europeu.

Dando poder ao órgão representativo dos cidadãos dá-lhes de forma indirecta também mais poderes. É altura de perceber qual o rumo que esta Europa deve tomar. O caminho rumo à Federação parece ser o mais certo, pergunto-me se será o melhor...

Ainda sobre as mortes lentas...

Atenção: Este Post não fala sobre o Sporting, mas sim sobre o Benfica. Quem dispensar a sua leitura pelo óbvio desinteresse do tema, os meus cumprimentos e compreensão.


Sobre as mortes lentas preconizadas anteriormente, veio hoje a lume uma notícia que talvez dê que pensar. As palavras falência técnica e "somos os maiores", apresentam alguns problemas de conjugação na mesma entidade. Mas isso deve ser problema meu, que vejo o mundo a cores ao invés de branco e encarnado...

1 de Dezembro de 2009

Hoje, para além da independência nacional, assinala-se também o Dia Mundial Sida. Efemeridades destas apresentam uma eficácia prática simbólica, no entanto detêm o poder de alerta para questões prementes, na nossa sociedade e no mundo.

Ninguém, a não ser os acérrimos Malthusianos pode ficar indiferente a esta doença. Nem que seja de um ponto de vista estritamente egoístico de auto-protecção, usando os devidos meios contraceptivos nas suas relações sexuais.

Os doentes que contraíram o Síndrome de Imunodeficiência Adquirida, são alvo de discriminações infundadas a vários os níveis. Desde o seu local de trabalho, até à recusa desumana de entrada em lares de idosos, passando por simples empréstimos junto da banca e terminando na base de tudo, a própria família. Quem padece de HIV tem que passar por inúmeras provações impostas pela sociedade, cumulativamente com as inerentes à doença em si.
Que este dia sirva, acima de tudo, de alerta para começarmos a demonstrar um pouco de humanidade na maneira como queremos que a sociedade lide com a doença.


A discriminação não é solução!



A (não tão) Bella Italia

"Más de 55.000 personas afiliadas; decenas de grupos ?ultras? en los estadios de fútbol; bandas de rock nazi o identitario; agresiones contra extranjeros, negros, homosexuales. Bajo el sonriente paraguas de Silvio Berlusconi, vuelven a Italia las consignas totalitarias y la violencia fascista."

Era assim que se iniciava a reportagem do El País sobre o renascimento (ou será o despertar de um longo sono?) do fascismo em Itália. Venho aqui expressar a minha preocupação com este fenómeno que felizmente parece ainda não ter cá chegado.
O link para a reportagem, em castelhano (foi também publicada, pelo menos parcialmente, na Visão de 19/11/2009), é o seguinte: http://www.elpais.com/articulo/portada/fascismo/despierta/Italia/elpepusoceps/20091004elpepspor_8/Tes
Aconselho a leitura do artigo, que está muito completo e bem escrito. De qualquer das formas, queria realçar o seguinte: se o ressurgimento de organizações fascistas, racistas e xenófobas já é por si um facto aterrador, mais ainda se torna quando goza da protecção e às vezes incentivo por parte do poder; ou pior, quando essas organizações passam a ser o próprio poder (caso, por exemplo, da Lega Nord).
E neste contexto, é preciso referir um nome: Silvio Berlusconi. Silvio, o Duce (como já foi chamado), Silvio, o Homem do Povo, Silvio, o Playboy... podia estar aqui o dia inteiro porque este senhor já fez de tudo, quase sempre de uma maneira obscura e/ou ilegal. Ao longo dos últimos 20 anos, principalmente, este magnata das telecomunicações e do futebol foi progressivamente aproximando-se de grupos de direita e extrema-direita, com os quais convenientemente se coligou para ganhar eleições. E teve sucesso. Sempre em nome da Bella Italia (e bela é, de facto, o que só me entristece mais), Silvio tem feito aprovar impunemente medidas inconcebíveis - tentou até conferir a si próprio imunidade - e protegido grupos cuja própria existência é desafiadora de todas as convenções de Direitos do Homem, ratificadas pela Itália. É o "paraguas" (guarda-chuva) de que fala o El País.
Berlusconi conseguiu reduzir a população cigana italiana em 80%: o resto, encarcerou-os em guetos. Não contente, forçou os médicos a denunciarem os imigrantes ilegais que lhes pedissem auxílio. Agora, depois de ter diminuído o orçamento das forças policiais, legalizou as milícias populares. E eu que pensava que as bruxas já tinham sido todas caçadas.
Esta é apenas uma pequena parte do terror. O artigo tem muito mais, e mesmo assim deixou aspectos de fora.
Agora pergunto: Não há ninguém que pare este criminoso? O Saramago sozinho não vai lá.

1 de Dezembro de 1640


1 de Dezembro - Coroação de D. João IV


Porque a nossa história deve ser relembrada, com o orgulho de quem aprendeu valiosas lições, de modo a incutir esperança e um rumo para um futuro, que muitas vezes parece incerto.

Quando tudo parecia perdido e dominado, sem volta a dar, um grupo de indivíduos insurgiu-se contra as injustiças e revoltou-se, num acto de heróica autodeterminação.
Apesar de todos os conflitos históricos, gosto dos nuestros hermanos, somos em tudo muito semelhantes, mas nunca me poderia considerar um Iberista.
Como tal, venho deste singelo modo agradecer a todos os portugueses que desafiaram 60 anos de regime Filipino. Só com o seu sacrifício, posso neste momento estar a falar, em vez de hablar.

Ainda o Braga x Benfica



Alguém me consegue explicar porque é que o Sr.Arbitro expulsou o Cardozo?!

30 novembro, 2009

Um Acordo Ótimo e Atual

No Domingo estava doente em casa, ainda mais abatido pelo facto do Benfica ter empatado. Mesmo assim, pedi ao meu pai para me comprar A Bola, o meu jornal desportivo de preferência, quando fosse à rua. O meu pai voltou com o Record, porque já não havia A Bola. Eu, ávido leitor d'A Bola, estranhei quando li o Record, pela sua escolha ortográfica. Exa(c)tamente, estava tudo escrito no belo do Acordo Ortográfico de 1990.

Bem sei que é um assunto já muito batido, mas é infelizmente e constantemente renegado apesar da sua importância. Não tomem a minha opinião como um 'embirranço' eurocêntrico ou anti-brasileiro, não. Mas acho que é um sinal negativo um Governo regular uma coisa tão natural como a própria língua. Uma coisa é o Instituto Camões ou outro órgão do género 'recomendar' uma forma de escrever as palavras. No entanto, outra coisa é o Governo querer impôr esse Acordo que vai alterar grandemente as nossas vidas, sem o nosso consentimento. Em notícia do JN de Janeiro do ano passado, o ex-Ministro da Cultura mostrou intenção em aplicar o Acordo já em 2010. Desconheço, no entanto, como é que a nova Ministra da Cultura vai actuar.

Muitos proponentes do Acordo afirmam que vai ajudar a "uniformizar o ensino do Português a nível mundial" e fazer da nossa língua mais importante. Não vejo a relação. O Inglês é a língua estrangeira falada por mais gente e tem duas regras ortográficas - uma Americana e outra Britânica (center/centre; favor/favour; program/programme, etc.). A minha opinião (e de muita gente) não é baseada num anti-brasileirismo, não. Eu não tenho nada contra o Brasil, nem contra a influência cultural que tem (através das novelas, por exemplo). Eu até lia a Turma da Mônica quando era puto. Um Acordo Ortográfico impõe-se quando as pessoas já anteriormente começam a mudar elas próprias a ortografia. Se muitas pessoas e meios de comunicação, ou escritores, começassem a escrever "ótimo", eventualmente seria racional ser essa a regra. No entanto, não é esse o intento do Acordo. O intento do Acordo é impor-nos uma forma de escrever. E eu, pessoalmente, acho moralmente errado e anti-democrático, um Governo dizer aos cidadãos como escrever. E acho que, se isto for mesmo para a frente, todos aqueles que não se identifiquem com o Acordo devem continuar a escrever como acham melhor, e que, naturalmente, usem todos os meios políticos para conseguir impedir ou destruir este atentado à nossa língua. Porque a língua é do povo, não é do Estado.

Em jeito de conclusão, não me tomem como antiquado ou como xenófobo. Pelo contrário, todos os verdadeiros democratas devem rejeitar isto na base em que uma mudança tão importante na vida das pessoas nem sequer vai a referendo. E porque é anti-democrático uma política cultural de imposição, (há muita coisa errada na política cultural deste país, mas deixo isso para posts futuros) devíamos rejeitar. A língua é algo nosso, de cada um e de todos. Não é propriedade do Estado. É uma coisa natural, complexa e inexplicável (tal como a economia também) e especialmente espontânea. E não o pode deixar de ser. Num século XXI que se avizinha negro por causa da infiltração de um Estado proto-Orwelliano, aparentemente legitimado pela democracia, em todos os sectores da sociedade, devemos relembrar ao Estado a velha máxima "As pessoas não devem ter medo dos Governos, os Governos devem ter medo das pessoas." Mas isso será um tópico que vou desenvolver em futuros posts.

Porque racismo é burrice



Numa altura em que o ódio racial e o preconceito contra outras culturas parece estar a crescer deixo algo que nos faz pensar. As palavras podem ser aplicado, mutatis mutandis, ao nosso país. Não há sentimento mais primário, injustificado e irracional que o racismo.
"E se você é mais um burro, não me leve a mal. É hora de fazer uma lavagem cerebral, mas isso é compromisso seu eu nem vou me meter. Quem vai lavar a sua mente não sou eu, é você" Palavras dignas de um pensador, Gabriel.

28 novembro, 2009

Ámen II

A incompreensão que se possa sentir (penso que qualquer homem digno desse nome a sente) ao ouvir falar de abusos sexuais a crianças não legitima, automaticamente, que se digam inverdades.

Para se dizer o que quer que seja em relação à Igreja, em conformidade com a verdade, é preciso saber-se o que é, de facto, a Igreja, o que ela diz de si e do mundo e o que está por trás daquilo que diz. O texto é longo mas tem todo o direito a ser lido, com atenção redobrada por quem faz suas as palavras do artigo do nosso prezado e caro senador Rafael, em nome da liberdade de expressão e de contradizer.

I

Igreja (do grego ekklesia) significa, etimologicamente, assembleia e é o que ela é na realidade. Uma assembleia da qual fazem parte os baptizados mas na qual só participam os que querem. Portanto, a ideia de que a Igreja é uma instituição religiosa de papas, bispos, padres, freiras e monges, que (hoje em dia) vive pacificamente fora do estado mas que gostava de ter algum poderzinho temporal é um engano. A Igreja é uma assembleia onde o Espírito de Cristo se faz presente, onde os que nela participam O podem testemunhar e cuja missão é levar aos homens por todo o mundo a notícia do seu encontro pessoal com esse mesmo Cristo. Encontro pessoal: encontro de uma pessoa com outra pessoa e do qual resulta a felicidade extrema para a qual o homem foi criado. Daqui é claro perceber que a Igreja não pode ser uma instituição religiosa: é que o Cristianismo não é uma religião; uma religião é a procura de Deus/deuses/transcendências por parte do homem; diferentemente, o Cristianismo é o encontro pessoal do homem com Deus, em que Deus se encontra com o homem.

A partir daqui, podemos também concluir que a Igreja nunca poderia ser “Um grupo de indivíduos, que habitam num mundo distante, diferente dos restantes indivíduos a quem os primeiros chamam rebanho”. Como tal, Igreja e clero (papa, bispos e padres) não se confundem. O clero é um conjunto de homens que serve a assembleia, a Igreja. Os que servem são chamados ministros – ministério quer dizer serviço, na sua etimologia. Logo, o clero não é a Igreja; o papa, os bispos e padres fazem parte, como qualquer baptizado, da assembleia dos que se querem encontrar com Cristo e dos que se encontraram com Cristo mas não são ela nem seus donos.

II

Do acima exposto, podemos retirar que o que faz cada um dos membros da Igreja não influi, nem para bem nem para mal, na natureza da Igreja-Assembleia  ainda que prejudique – e pode prejudicar e de que maneira, como podemos ver pelo escândalo noticiado – a sua missão.

Agora podemos discutir com outra perspectiva as considerações feitas pelo nosso caríssimo senador Rafael.

 

1. O IRA não tem nada que ver com a Igreja Católica, ainda que muitos dos seus membros se dissessem, ou fossem mesmo, católicos. Aliás, basta dizer que muitos dos soldados do IRA tiveram problemas com padres por causa da sua luta (fica para outras núpcias a discussão sobre a legitimidade desta última);

2. Não será esta a melhor imagem daquilo que representa a igreja católica em pleno sec XXI? Um grupo de indivíduos, que habitam num mundo distante, diferente dos restantes indivíduos a quem os primeiros chamam rebanho, e que de vez em quando surgem em público ora para criticar a aprovação de uma lei, ora para incentivar a disseminação de uma doença, ora para molestar criancinhas?

Uma imagem é uma projecção da realidade. A imagem de que se fala será a projecção da realidade que é a Igreja. Já vimos o que é a realidade da Igreja (embora que sucintamente e em linhas pouco sábias). Logo, essa imagem só pode derivar de um erro (desconformidade entre a verdade e o conceito subjectivo da realidade).

2.1. Porque não há indivíduos que vivam em mundos distantes: é uma una assembleia, como já vimos;

2.2. Se o conceito de aparecer de vez em quando corresponder a aparecer todos os dias está muito bem essa imagem, pois que todos os dias os ministros da Igreja se pronunciam em público sobre todos os assuntos que interessa à vida do homem de hoje, seja através de documentos oficiais, seja através de meios de comunicação próprios, seja presencialmente. Mas é preciso que a impressão que se tenha de público seja uma que corresponda a um conceito largo de público e não se restrinja meramente a uma comunicação social de carácter telegráfico e efémero que aborda os temas, problemas e acontecimentos de forma breve, pouco funda e até leviana. Nesse público restrito, de facto, os ministros da Igreja só aparecem de vez em quando (não todos os dias)– ainda bem. Por outro lado, confesso nunca ter ouvido ninguém da Igreja a incentivar a disseminação de uma doença (também pode ficar para outras núpcias) nem tampouco fazer apologia do molestamento de crianças. Essa é uma leitura inadmissivelmente tendenciosa de alguém que comenta uma notícia e recorta a parte que lhe desfaz o comentário, salvo o devido respeito a quem o faz.  Vale a pena recordar o que disse o actual arcebispo de Dublin (que nada tem que ver com o escândalo) na mesma notícia: current Archbishop of Dublin, Diarmuid Martin, apologised to the victims, describing their abuse as an "offence to God". He said: "I offer to each and every survivor my apology, my sorrow and my shame for what happened."

3. Há ainda outra inverdade clamorosa quando se diz que os arcebispos não contaram nada à polícia: For their part, Gardai frequently ignored complaints from victims, effectively granting priests immunity from prosecution. The inquiry found that church authorities nurtured inappropriately close relations with senior police officers. (Gardai é a força policial irlandesa) Não há nada a acrescentar: pior foi a emenda que o soneto, maior o escândalo pela cobertura que o escândalo provocado pelos crimes, ou quase.

 

Assim, e em resumo, se um membro de uma instituição pratica um crime, todos devem com ele praticá-lo, com vista a deixar intacta a dignidade da santa sé (soa a mandamento?).

Este parágrafo é incompreensível face a tudo o que foi dito acima.

-Se o papa for nazi, todos o devem ser...

Este também o é mas em maior amplitude.

Deus nos salve! – Agora sem ironia.

Bohemian Rhapsody - The Muppets

27 novembro, 2009

A "Grande" Srª Thatcher

Adoro a política inglesa e a maneira muito especial deles de fazer política, de debater, de discutir. Além disso tenho uma especial admiração pessoal pela Srª. Thatcher.

Aqui fica um dos seus melhores momentos:

26 novembro, 2009

Ámen

Atenção: Este Post não fala sobre o Sporting, a quem dispensar a sua leitura, os meus cumprimentos e compreensão.

O Daily Telegraph, referencía hoje mais um relatório sobre 4 arcebispos que encobriram (com grande sucesso por sinal) abusos sexuais a menores, levados a cabo (ou à consumação como diria o prof Jorge Duarte Pinheiro) por alguns sacerdotes da igreja católica irlandesa.
Surge agora a questão, será este assunto que mereça comentário? Realmente não, mas ainda assim apraz-me tecer duas ou três considerações.
Consideração primeira: Ainda nós achávamos que os meninos do IRA eram o pior que a igreja católica "Dublin Style" tinha para oferecer.
Consideração segunda: Não será esta a melhor imagem daquilo que representa a igreja católica em pleno sec XXI? Um grupo de indivíduos, que habitam num mundo distante, diferente dos restantes indivíduos a quem os primeiros chamam rebanho, e que de vez em quando surgem em público ora para criticar a aprovação de uma lei, ora para incentivar a disseminação de uma doença, ora para molestar criancinhas?
No entanto,este maravilhoso conto clerical não fica por aqui, visto que na mente dos homens racionais tudo acontece por um mobile que justifique o comportamento.Qual foi então o nobre motivo destes simpáticos arcebispos para não comunicarem á polícia que se perpetuavam abusos a menores por parte de sacerdotes no seio da santa igreja católica? Óbvio, proteger o bom nome da Igreja.
Assim, e em resumo, se um membro de uma instituição pratica um crime, todos devem com ele praticá-lo, com vista a deixar intacta a dignidade da santa sé (soa a mandamento?).
Será que, tal principio será extensível ao Vaticano?
-Se o papa for nazi, todos o devem ser...
Deus nos salve!

Apresentação IX

Antes da minha apresentação, gostava de agradecer e reconhecer em primeiro lugar, o trabalho desenvolvido neste projecto pelo nosso colega Daniel Reis em especial também o convite da minha partecipação neste Blog e por ultimo a todos os colaboradores deste Blog em geral, e também queria dizer que é com grande respeito e orgulho que aceito este convite para participar neste projecto, que será um espaço onde podemos sempre aprender uns com os outras sobre diversos assuntos da nossa sociedade, por esse motivo podem contar comigo para um trabalho muito produtivo para um futuro melhor para a nossa sociedade.

QUEM É O EDDY???

Todos me conhecem por «Eddy», mas Ednilson Gilberto dos Santos foi o nome que os meus pais me deram na Guiné-Bissau, a terra onde vivi até aos meus 11 anos de idade.
Por motivos de força maior, os meus pais acharam que só havia uma forma de me proporcionarem um futuro melhor: sair da Guiné e partir para um país mais desenvolvido. Portugal foi a escolha e os motivos são mais que muitos: Históricos, Sociais, Culturais e Educacionais. Desde 1996 que aqui vivo com a minha família.

Quando cheguei à “Terra Prometida”, a luta pela sobrevivência e pela concretização dos meus sonhos havia começado. Ainda bem que não pagamos por sonhar, na altura era tudo o que eu podia fazer sem gastar o pouco que a minha mãe tinha para nos sustentar em casa. Os primeiros anos em Portugal foram, de facto, muito difíceis.

Sobrevivi. E o ínicio da realização dos meus sonhos começou na Escola Secundária de Miraflores, na qual fui Presidente da Associação de Estudantes durante quatro anos (2002-2006), o equivalente a três mandatos. Em simultâneo, pratiquei basquetebol na equipa do Sport Algés e Dafundo e pela qual fui campeão naciononal de Júniores da categoria B em 2002. No mesmo ano, frequentei o curso de Manequim Profissional e tive os primeiros contactos com o mundo da moda.
No ano 2007, entrei no curso de Direito na Faculdade de Direito de Lisboa.

Sempre fui muito atento à política e actualidade e, durante a presidência à Associação de Estudantes da Escola Secundária de Miraflores, fui confrontado com as várias forças das Juventudes Partidárias do Concelho.

Após ter demorado o tempo suficiente a sondar cada uma delas para escolher aquela que considerava ser a melhor, tomei a minha decisão: tornei-me militante da Juventude Social Democrata, a única com autonomia total nas actividades do concelho de Oeiras.

Desde então, o meu trabalho fora da Escola nunca mais parou. Achei que era a hora de começar a trabalhar para a juventude da minha área e contribuir para uma Juventude Partidária forte e organizada, da qual me orgulho e pela qual luto todos os dias.

Eddy dos Santos

Não sabes?





Coitado o rapaz precisa que lhe expliquem como se ele fosse mesmo muito burro. Amigo Marco:

Sport Lisboa e Benfica - 2º lugar em igualdade pontual com o primeiro. 10 jogos: oito vitórias, um empate e uma derrota. Trinta e um golos marcados e sete sofridos. 25 pontos.

Sporting Clube de Portugal - 8º lugar em igualdade pontual com o sétimo. 10 jogos: três vitórias, cinco empates e duas derrotas. Doze golos marcados e dez sofridos. 14 pontos.

Já sabes quem está pior Marquito?

25 novembro, 2009

25 de Novembro sempre! Parte III



O povo é sereno. É só fumaça!

Naquele dia, nem o povo estava sereno com os engenhos colocados para perturbar a manifestação de apoio governamental, nem a fumaça era por demais nociva.

O que é certo é que o povo entretanto serenou, para uma apatia quase doentia, como demonstram as taxas de abstenção. A fumaça, essa entretanto tornou o ar irrespirável...


Fica a curiosidade histórica de ver Mário Soares e Sá Carneiro lado a lado.

24 novembro, 2009

Apresentação VIII

Salve! O meu nome é Miguel Ferreira e inicio agora o meu contributo.
Farei uma abordagem diferente aos mais diversos assuntos, quanto mais não seja pela minha natural inexperiência. De facto, quando o Viriato me convidou a juntar-me ao blogue, a primeira coisa que lhe disse foi que não me agradava especialmente ser chamado senador: mesmo neste contexto, acho inadequado conferir tal estatuto a uma pessoa com apenas 18 anos de idade e 2 meses de curso. Aliás, os senadores originais eram velhos (não o sou) nobres (também não) com a virtude da prudência (muito menos!). Era só o que faltava, vir agora intitular-me "Senador".
Porém, tal não significa que não pense pela minha cabeça ou que não procure ter uma opinião formada sobre os diferentes aspectos da sociedade. Parece-me, até, que a minha condição de "puto" me permite olhar para as coisas de um outro modo, mais ingénuo talvez, mas que penso vir enriquecer o debate.
Não irei escrever tratados de Filosofia ou Direito, mas farei os possíveis para que tudo o que eu escreva aqui valha a pena ser lido. E como acredito que o verdadeiro humor é também uma manifestação de humildade e de abertura de espírito, tentarei trazer alguma boa disposição para o blogue.
Resta-me agradecer ao Viriato pelo convite e aos outros senadores por me receberem neste espaço.
Miguel Ferreira

Mérito e sentido de Estado: procuram-se.

Portugal vai mal. Cada vez pior, dizem os números dos últimos anos (crescimento médio anual: 4 % (1980-1990); 2,5% - 3% (1990-2000); 0,8% (2000-2008)). A crescer, dizem uns irresponsáveis para ganhar votos. Importamos muito e exportamos pouco. Endividamo-nos para pagar juros. A máquina do Estado é demasiado pesada, sem que nenhum Governo consiga realmente levar a cabo uma reforma da Administração Pública; além disso, encontra-se excessivamente partidarizada: o mérito não mora aqui.
Nada disto seria problema se Portugal fosse um país atractivo para o investimento externo. "A nossa mão-de-obra é barata" dizia Manuel Pinho. Não venceu, nem convenceu. Demonstrou até um profundo desconhecimento da realidade internacional...se a mão-de-obra é barata, por que motivo as multinacionais mudaram as suas unidades de produção para países como a China? Pelo preço da mão-de-obra não vamos lá, como se vê. As apostas e respostas têm de ser outras. Cabe aos sábios nestas matérias encontrá-las. Cabe aos políticos criar as condições para as pôr em prática...
As respostas têm sido dadas em diversos fóruns de discussão, sendo o problema da Justiça permanentemente apontado como um dos factores que afasta qualquer estrangeiro de investir em Portugal. Como podemos nós querer que haja investimento num país em que nos arriscamos a esperar 20 anos para obter uma resposta definitiva dos tribunais?
Infelizmente, a classe política em geral, pouco ou nada tem contribuído para que tenhamos melhor Justiça. Arriscamo-nos a concluir que são dos principais interessados em que a Justiça não melhore. O mau exemplo vem de cima e é visível nos processos que têm envolvido destacados políticos, de diferentes partidos, nos últimos anos.
Nos últimos 5 anos a questão tem vindo a agravar-se: pela primeira vez temos um primeiro-ministro permanentemente envolvido em casos que não só descredibilizam as funções, como o país. Não precisamos de um primeiro-ministro engenheiro, mas convém sabermos se o é, desde logo para evitar que o tratemos como tal. Não ficámos, com a papelada apresentada na RTP pelo próprio, a saber se temos um PM engenheiro ou não. Não gostaríamos de ter um primeiro-ministro envolvido em esquemas de corrupção para licenciamento de outlets, mas, se tivéssemos, gostaríamos de saber. Não ficámos, com aquilo que foi apresentado nos órgãos de comunicação social, a saber se Sócrates está ou não envolvido. Com o fim do Jornal de 6ª feira de Manuela Moura Guedes, de forma repentina, estranha e, para alguns ilegal, menos ainda sabemos. Não precisamos - nem queremos - saber se o PM combina cafés ou fala de futebol com um administrador do BCP, mas convém sabermos se nestas conversas há matéria relevante, de que se possa concluir algo mais, designadamente a nível criminal. Não tivemos também respostas sobre isto, desde logo porque os juristas não se entendem sobre a competência ou não do Presidente do STJ, bem como sobre a legalidade ou não das escutas efectuadas. Aqui, em matéria penal, é lamentável que a lei não seja minimamente clara, e que provoque interpretações tão distintas. Na dúvida, seguiria a interpretação da Escola de Coimbra, pela tradição como escola de referência em Direito Penal, e de um dos seus mestres - Costa Andrade - ,bem como de Pinto de Albuquerque, que presidiu à comissão para a revisão do Código em 2007. Ambos discordam da interpretação do Presidente do STJ, que mandou destruir as escutas. Estranho. Remeto para os seus artigos a fundamentação, sem prejuízo do contraditório.
Mais celeridade no tratamento destes e de outros processos, sem intromissões do poder político em casos concretos, são elementos a considerar para o futuro.
Sócrates deveria ser a primeira pessoa interessada em esclarecer as dúvidas que pairam sobre o seu percurso. Sendo certo que não é arguido, tem responsabilidade política. É primeiro-ministro de Portugal, nomeado pelo Presidente da República, responsável perante este e perante a Assembleia da República, que é representativa de todos os cidadãos portugueses.
Lembro, por exemplo, o caso de António Vitorino, que perante as notícias que surgiram à data em que era ministro, preferiu demitir-se e esclarecer o assunto, de modo a não prejudicar todo um Ministério, um Governo, um País. Provou-se, aliás, que era inocente.
A forma como o PM tem conduzido estes "casos" não é benéfica para o País. Descredibiliza a classe política. Não contribui para resolver os problemas económicos, financeiros e sociais de Portugal.

Face Oculta - Escutas

Há escutas? Há. Têm matéria criminal? Não. Devem, portanto, ser divulgadas? Obviamente não!

O que é que me interessa se Armando Vara combina uma ida ao cinema com José Sócrates? O que é que me interessa se o Primeiro Ministro diz ao telefone que não gosta de Manuela Moura Guedes e que ela é ( e de facto é...) uma péssima profissional de jornalismo?


E a pergunta nem se põe na óptica do "interesse", os portugueses não têm o direito de o saber. E quem foi escutado tem todo o direito de manter na privacidade a conversa que foi tida em...privado!



Apresentação VII

Esta tarde recebi o surpreendente convite para participar neste blog. Desde já, tenho a dizer que me sinto muito honrado pelo convite e pela oportunidade de poder participar neste projecto tão engraçado. Mas vá, já fiz o agradecimento devido e vamos passar à apresentação em si, que não será muito diferente da dos meus caros co-senadores, visto que é meia-noite e não tenho paciência para criatividade a estas horas.

Como caracterizar-me?

Começando pela componente sem dúvida mais importante na cultura portuguesa, sou Benfiquista, herdeiro, tal como outros 6 milhões, de uma mística futebolística inigualável.

Politicamente, pode-se dizer que penso de uma maneira muito estranha para um país como Portugal. Ou há pessoal que é de direita e é conservador, ou há pessoal que é de esquerda e não é. Ora, eu sou de direita e não sou conservador. Não gosto muito de rótulos, mas se me quisessem pôr um seria liberal clássico ou liberal de direita. Basicamente, acredito na democracia e na liberdade individual, num Estado que não sufoque a sociedade civil com um peso desnecessário, no livre-mercado, nos impostos baixos e na regionalização. Sou contra quase todos os tipos de conservadorismo e tenho um ódio profundo ao comunismo e ao fascismo. Também desprezo esta nova moda monárquica. É claramente um lobby da Lux, para poder ser tão vendida como a Hola.

Que mais há para dizer? Sou agnóstico, apesar de ter sido criado num ambiente profundamente católico. No entanto, não rejeito violentamente os valores cristãos, acho, como muita gente, que são mal aplicados; Gosto imenso de música, de ouvir e de tocar, e muito me ouvirão falar sobre essa coisa maravilhosa que é a música; sou um verde estudante de Direito, um caloiro da gloriosa Faculdade de Direito de Lisboa.
Acho que não há mais nada a dizer. Sendo esta a minha primeira experiência num blog, peço que perdoem quaisquer erros ou precalços que possam reparar, mas isto vai melhorando com o tempo.

25 de Novembro sempre! Parte II



Um vídeo histórico e dicotómico: é ao mesmo tempo hilariante e preocupante.

Hilariante pela postura física do Almirante Pinheiro Azevedo, com as mãos no peito, feito forcado. A forma coloquial de conversa de café, os "pás" constantes e o remate final de "e agora vou almoçar pá!" dão o toque final. Tem as suas vantagens, não o podem acusar de não ser genuíno.

Preocupante porque este senhor, que até tem aspecto de bon vivant, foi Primeiro Ministro a braços com uma situação caricata e de difícil resolução política. O facto dos deputados da Assembleia Constituinte terem sido, por duas vezes, raptados durante os trabalhos não lhe facilitou o percurso político.
Nunca antes na história de Portugal se tinha visto um governo entrar em "greve".
Dá que pensar...

23 novembro, 2009

Democracia tipo Ucal

Na sequência deste post do Frederico Sapage comecei uma discussão com O Divagador sobre a democracia. Este post servirá para tentar explicar o que é a democracia, a eternidade e os limites da dita.


A democracia não é, nem deve ser, eterna. Tal como a mostarda, a manteiga ou o leite com chocolate também a democracia tem forçosamente um prazo de validade. A diferença está na altura em que se fixa o mesmo. Se há saída da fabrica é fixada a data limite de consumo de uma garrafa de azeite, o prazo de validade da democracia não é fixada à priori. Não há democracias a prazo. No entanto a maioria deve ser soberana, para o bem e para o mal.


Há valores imutáveis? Princípios inquestionaveis? Ideologias eternas?


Não, não e não! Ser democrata não é viver ao sabor da maioria. Mas ser democrata é aceitar e perceber os sinais dessa mesma maioria. Os nossos princípios podem parecer hoje os ideias, os que devem estar acima da lei. Mas se o povo decidir que não são? Se 90% da população de um país decide que quer um regime autoritário em vez da democracia o que devemos fazer? Estamos perante uma bifurcação perigosa: ou mantemos a superioridade intelectual, o povo nada sabe e nós os 10% é que estamos certos, é que somos donos da eterna razão; Ou aceitamos a decisão da maioria, não concordamos com a mesma, achamos que é a pior coisa que poderia acontecer. Ainda assim é o resultado da democracia.


Não tenho dúvidas em aceitar a segunda solução.


Se chegarmos a esta hipótese é sinal que maltratamos o regime. Deixamo-nos dormir na sombra de uma democracia (dita representativa) que foi morrendo, que (ironicamente) se foi afastando das pessoas e dos seus problemas.


E aí só nos resta, como bons amantes da democracia, aceitar a decisão da maioria. E depois lutar. Lutar pela democracia quando a perdemos. Porque nunca pensámos que ela tinha um prazo, mas tem...e está a contar...


in Mutatis Mutandis, 17-Julho-2009

Macau

Quase 10 anos depois da entrega de Macau à China e do consequente fim do "Império Português", relembro estas imagens que irão ficar certamente na história:


25 de Novembro sempre!

Esta notícia do Público faz um relato histórico fantástico sobre os episódios que culminaram no 25 de Novembro. Com um ambiente de guerra civil, numa situação política altamente instável, parece quase um milagre não ter existido mais sangue derramado.

O que seria do nosso país se a situação tivesse evoluído no sentido da guerra civil e o comunismo radical imperado? A invasão da vizinha Espanha, com a ajuda dos EUA era uma hipótese em cima da mesa na política internacional. Viveríamos num país por certo mais pobre e com um Estado polícia, com medo do seu próprio povo. Por isso acabo da mesma forma que comecei o texto: 25 de Novembro sempre!



A morte lenta do PSD e do Sporting Clube de Portugal

"Porque, a longo prazo, pode ser que eu esteja enganado, mas mantenho a tese aqui exposta há uns tempos: há duas instituições em Portugal cujo destino inexorável me parece ser a morte lenta (visto que morte súbita não há, por aqui) — o PSD e o Sporting Clube de Portugal"
Miguel Sousa Tavares


Este é um excerto da coluna que Miguel Sousa Tavares escreve semanalmente em A Bola. Não é alguém com que costume concordar, não é alguém de quem goste especialmente. No entanto esta frase é sublime, subscrevo-a integralmente.
Um partido politico não é um clube de futebol, mas sofrem as duas instituições de um mal comum: a total descredibilização. Talvez por motivos diferente, talvez não.


Comecemos então pelo clube de Alvalade.
Por muitas voltas que se dê ao problema há um ponto do qual não se pode fugir: a falta de ambição. Um clube que se contenta com segundos lugares, que faz a maior das festas por ganhar ao Benfica é um clube que hipoteca o seu próprio futuro. Quem age desta forma não está à altura da história centenária do clube. É mau para o Sporting é mau para o futebol em Portugal. Não empolgam os sócios nem enchem os estádios. Já chega de falar de diferenças de orçamento, já chega da conversa de coitadinhos. Se esta atitude não mudar os resultados não vão aparecer, se os resultados não aparecerem a situação só vai piorar. E os resultados deste efeito "bola de neve" já são por demais conhecidos.
A este ritmo o fim está, certamente, próximo.


Agora o partido que ora é PPD ora é PSD.
Este é mais difícil, porque não sei bem o que ele é. Viveu sempre na sombra do imortal Francisco Sá Carneiro, continua a viver na sombra de Cavaco (ter Cavaco Silva como principal imagem diz quase tudo sobre o partido...). Fez muito pouco pelo país, fez muito pouco pelos portugueses. Tem responsabilidades no governo do país, deveriam os seus quadros ter uma atitude mais séria e mais adulta e pensar mais nos portugueses e menos nos seus interesses e objectivos pessoais. É ideologicamente imprevisível/incompreensível/nulo. Um partido com lutas internas constantes, sem ideias para o país e onde reina o "bota-abaixismo" é um partido com futuro? A resposta é por demais óbvia.
A este ritmo o fim está, certamente, próximo.

22 novembro, 2009

Apresentação VI ( e outras ideias inerentes)

Bem sei que é suposto utilizar este primeiro post como um resumo informativo das ideias e valores pelas quais me pauto, sendo elas a razão da minha presença aqui sobre o simpático titulo de senador. Contudo, por considerar que a minha crença se foca essencialmente em ideias ou ideais, tenho muita dificuldade em inserir-me num dos compartimentos inequívocos que a sociedade cuidadosamente desenhou.
Assim não me insiro com facilidade numa secção política. Mas acredito... Acredito que vai haver chegar o dia em que na televisão em vez de ser transmitido o Lech Walesa a empurrar um dominó comemorativo, possamos assistir á transmissão e ao destaque de todos os outros que ainda hoje lutam contra muros ainda que não físicos: Da fronteira de Tijuana á faixa de Gaza.
Acredito no dia em que não será assim tão diferente nascer em Nova Iorque ou na Cisjordânia.
Acredito no dia em que os referendos em Portugal serão propostos para salvaguardar a democracia e não para expressar tendências discriminatórias. E por aí adiante.
Por fim um agradecimento pelo convite, e espero que este blog se concretize como um espaço de interesses, tal como ambiciona.

Apresentação

Boa noite!
Começo por agradecer aos meus colegas pelas apresentações feitas, pois permitiram, desde já, que percebesse qual será a postura de alguns no saudável debate que aqui terá lugar.
Quanto à minha apresentação: Gonçalo Carrilho, independente.
Em resposta à frase do blog sobre este povo que não se governa nem se deixa governar, e que serve por vezes de desculpa para tudo, aqui fica outra, apelando a um maior sentido de responsabilidade da sociedade em geral:

"Ninguém tem culpa do país onde nasce, mas todos são responsáveis pelo país onde vivem"
Prof. Adriano Moreira

Bom domingo.

Postura em Alvalade

Apresentação IV

Sou o Lourenço! Não tenho jeito nenhum para fazer apresentações visto que nunca sei o que escrever nem o que dizer.!

Vou tentar, em tópicos, expor um bocado aquilo com que eu me identifico.

Em primeiro lugar, sou um Liberal. Para mim, a existência de um estado intervencionista, de um estado socialista, providencialista de mais, tem como consequência directa a existência de uma sociedade descaracterizada de valores como o Mérito, o Trabalho, a Ambição, o Esforço, onde os medíocres reinam e os bons são invejados!


Em segundo lugar considero-me tendencialmente conservador nos costumes: com isto não quero dizer que tenho uma mente retrogada do sec XIX. Quero sim dizer que existem valores enraizados na sociedade e na consciência colectiva e que têm de ser respeitados! Penso que terei mais oportunidades em explicar esta ideia.


Em terceiro lugar sou Católico Apostólico Romano. Deixo um vídeo sobre o assunto que, apesar de feito num modelo muito americano, ta bem feito. (Ze Diogo deves gostar)



Com estas três linhas, mto mal explicadas aqui fica um pequeno retrato meu!!

Até ao proximo post!!




Em

Apresentação III

Ao falar em causa própria é sabido que se incorre no risco de ser tendencioso. Pior ainda quando a causa é a descrição do eu. Farei por isso um texto de apresentação, à laia de jogador de futebol, inteiramente na terceira pessoa. Espero que deste modo consiga ser o mais idóneo possível.


Quem é este senador, de nome Daniel Reis?

É luso-canadiano, com algumas influências dos bifes, considerando-se por isso um cidadão do mundo. Diz-se divagador nas horas vagas, estudante de Direito, sportinguista, europeísta, ateu e republicano.

Politicamente parece que se enquadra na esquerda democrática, e afirma-se liberal quanto aos costumes. Quanto à economia, acredita nos benefícios de um Estado interventivo em áreas chave (justiça, saúde, educação) e regulador nos sectores de menor importância.

Daniel é ainda amante da liberdade individual, mas pensa que esta tem que ser temperada com um sentido de consciência social. Despreza por isso totalitarismos ou paternalismos de chefes pretensamente iluminados. Gosta do debate, do pluralismo e da troca de ideias, daí a sua participação num Senado como este!



A pergunta mantém-se. Quem é Daniel Reis? A resposta fica para o leitor descobrir.

No Principio era..

Sou o Pedro. Sou o 13545111. Sou mais um no meio de tantos biliões. Sou o mais velho de dois irmãos. Sou estudante, de vez em quando. Sou ateu, conscientemente. Sou um republicano de esquerda: responsável e democrática, sempre. Sou do Benfica, apaixonado.
Seguindo o exemplo do primeiro dos senadores deixo também uma citação. Na minha língua, a Portuguesa (da qual muito me orgulho). Deixo o principio, daquele que tem tudo para ser um projecto bem sucedido.


"No principio era o verbo, a palavra e depois a rima,
Que provocou reacções como se fosse uma enzima.
No principio era a tesão, a fúria e a sofreguidão,
Depois veio a calma, a procura do saber e a satisfação.
Inspiração para uma vida melhor, um caminho melhor,
Um mundo melhor, para uma pessoa melhor.
Bem-vindo ao Manual de iniciação a uma vida banal,
Ao diário de bordo de uma nave espacial.
Presunção e agua benta, cada um toma a que quiser,
O puto pode não saber tudo, mas ao menos sabe aquilo que quer.
Nada de muito especial, tão simples que devia ser banal,
Paz de espírito, algum dinheiro, elevação espiritual.
O Manual não tem soluções, apenas algumas sugestões,
Outras tantas questões, envoltas em varias canções,
Á procura do caminho certo, nunca estivemos tão perto,
O primeiro acto esta no final, o livro fica aberto.
A lição foi bem estudada, a rota foi traçada,
Tripulação motivada, doninha ta preparada,
Vai começar, desaperta o cinto, acende um cigarro
"
Carlos Nobre

19 novembro, 2009

Ter filhos ou não ter

A reportagem que passou na RTP no programa Linha da frente ontem, 18 de Novembro, obrigou-me a tratar um tema que é urgente hoje e precisa de debate preocupado, soluções sérias e capacidade de abertura mental. Vale a pena ver a reportagem aqui.

Ela retrata quatro famílias: uma sem filhos, uma com uma filha, uma com um filho e uma filha e, finalmente, uma de seis filhas e quatro filhos. Mais profundamente, põe a nu e procura descortinar as razões para termos, em Portugal, um índice de natalidade tão dramático (drama que se estende por toda a Europa mas que, pelos vistos não preocupa toda a gente). O índice de fertilidade mínimo para a substituição das gerações (substituição, nem sequer é crescimento demográfico) é de 2,11 filhos por mulher. Actualmente vamos nos 1,36…

O modelo de família que o nosso século vê mais frequente corresponde ao das 3 primeiras famílias (a par das famílias monoparentais). Famílias com poucos filhos ou mesmo nenhuns (é isso uma família?) onde as razões para essa falta de filhos são:

- o dinheiro não chega para tudo;

- cada criança exige o seu tempo, tempo esse que, multiplicado por mais de duas crianças, não existe, numa sociedade em que homem e mulher trabalham a tempo inteiro;

- ter filhos implica abdicar da própria vida (projectos pessoais);

- os filhos tiram a “paz”.

Vejamos. O argumento de “o dinheiro não chega para tudo” é dado pelo pai de uma filha única que gasta cerca de 900 euros por mês na educação da menina (colégio, actividades extra curriculares), conduz um Audi A4 de 2007 (?) e trabalha num  escritório amplo e bem mobilidado (que parece ser uma divisão da casa). Quando a filha lhe pediu um irmão respondeu-lhe peremptoriamente que não podia ser… Quando lhe pediu um cão, ofereceu-lhe um porquinho da índia, com trela, para lhe fazer companhia. (as imagens da menina solitária a brincar com um roedor seriam deprimentes, não fosse mágica a imaginação infantil que em tudo vê alegrias). É claro que o dinheiro não chega para tudo! Nem o homem mais rico do mundo tem dinheiro para tudo! Não parece que esta família não tenha dinheiro para acudir a custos necessários com o cuidado de mais que um filho. Portanto, é inegável que esta família, não tendo falta de dinheiro, prefere ter mais dinheiro a ter mais filhos. Prefere o conforto material que o dinheiro proporciona à geração de vida humana. Será falacioso afirmar que ele é o verdadeiro materialista, vive para o dinheiro mas não suporta viver para mais que duas pessoas (a mulher e a filha, se não se divorciar entretanto)? Quando digo “esta família” estou a falar de milhares de famílias em situação idêntica.

O problema de não haver tempo para dedicar aos filhos é geral, numa sociedade em que homens e mulheres trabalham no mínimo 8 horas por dia. Na luta do feminismo, que é legítima quando se debate a dignidade da mulher, perdeu-se de vista a maternidade como vocação da mulher. Ela, ao tornar-se igual ao homem no mundo do trabalho (e tantas vezes com mais qualidade), não subiu ao nível do homem mas rebaixou-se naquilo que tinha de superior. Aquilo que tinha de sublime na sua natureza feminina, o ser mãe, abdicou em nome de uma igualdade que a prejudica e nem é assim tão verdadeira! De outra maneira: contra o desequilíbrio provocado pelo quase monopólio dos direitos civis detido pelos homens e pela mitigada protecção civil das mulheres, a que acrescia o direito natural a serem mães, a luta feminista pelos direitos civis das mulheres esqueceu a defesa do direito a ser mãe.

Essa luta tinha, necessariamente, que ser feita mas era uma luta de todos, homens e mulheres, em nome da dignidade da pessoa humana.

Por outro lado, não se nega que não se gostasse de ter mais filhos. Mais! Num estudo da Associação de Famílias Numerosas, é demonstrado que a maioria das mulheres que têm filhos gostaria de ter mais. Donde, se não têm é porque não conseguem ou não podem. E se não podem há de ser por razões económicas ou sociais. Repare-se que os exemplos da reportagem não são de pessoas que vivem na miséria e não têm condições objectivas para ajudarem filhos a crescer (e quantos não há assim?); são de pessoas que exigem um nível de vida superior ao aceitável. Repare-se também que disse nível de vida, não disse qualidade! Comparem a criança que fala do seu porquinho da índia e do irmão que não tem com a que fala dos seus nove irmãos…

Temos em mãos um problema que é grave. E ao qual se referiu o nosso Presidente da República na questão “O que é preciso fazer para termos mais filhos?”. Obviamente a pergunta não se referia a actos práticos mas à criação de condições para que esses actos práticos (cópula) possam gerar prole. O país precisa muito de filhos, sem eles seremos em poucas décadas um país de velhos, sem segurança social, sem força de trabalho produtiva e sem todo o leque de direitos e apoios do estado a que tanto nos habituou o estado social. Sem filhos nada disto é possível e teremos cada vez mais uma sociedade onde cada um se fecha em si mesmo, sem réstias de fraternidade (de frater = irmão). É claro que cada um é livre de contribuir, ou não, para a construção substancial da sociedade mas ao lado de todas as liberdades existe uma coisa muito incómoda que é a responsabilidade (susceptibilidade de dar resposta, responsum) e a responsabilidade de um colapso demográfico do nosso país é de todos aqueles que, ostensivamente, não querem e se recusam a ter filhos. Incluindo, de forma especial, aqueles que não querem ter filhos em nome dos seus projectos pessoais. E esses têm que assumir essa responsabilidade, muito mais porque é um preço que todos, mal ou bem, vamos pagar. Em que se concretiza essa responsabilidade? Não sei mas talvez comece por reconhecê-la.