"Há nos confins da Ibéria um povo que nem se governa nem se deixa governar."
Caius Julius Caesar

05 dezembro, 2009

Universidades Portuguesas

Este artigo no DN, sobre a aferição da qualidade do nosso ensino universitário, corrobora as preocupações expressadas pelos alunos no passado mês de Novembro, aquando a marcha pelo ensino superior, que reuniu cerca de 4.000 discentes de todo o país.

As conclusões do estudo, de âmbito europeu, não são as melhores:
Fraca eficiência, falta de doutorados, falta de investigação, fraca adaptação dos programas às necessidades do mercado de trabalho.
Sugere-se ainda, no final do artigo, um financiamento dependente de resultados.


Estas ideias oferecem duas críticas.
Apesar de a formação superior dos alunos ter um objectivo de posterior integração no mercado de trabalho, a transformação funcionalista das universidades em meras fábricas de futuros trabalhadores, atenta contra a própria origem do conceito universitário. A criatividade, o espírito de investigação, o empreendedorismo, a criação de novas soluções nos âmbitos de estudo, sempre coadjuvadas pelos mestres, fazendo um bom uso da sua libertas docendi, devem ser por excelência, os objectivos de uma universidade que se preze.

A segunda crítica adverte para os perigos de atribuir verbas de acordo com os resultados obtidos. Fazer depender o financiamento dos resultados é, per si, uma ideia boa. Resta é saber que resultados. Se os critérios de avaliação passarem pela quantidade de alunos licenciados, dispenso! Essa forma seria apenas e só uma maneira de promover o facilitismo, indo contra o rigor e exigência que se pretende.

Nunca convém esquecer que os alunos de hoje serão os profissionais de amanhã.
Fica a pergunta: que profissionais queremos no nosso país?

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