"Há nos confins da Ibéria um povo que nem se governa nem se deixa governar."
Caius Julius Caesar

06 dezembro, 2009

Coisas que me vieram à cabeça - I



Inauguro agora uma rubrica a que dou o título de "Coisas que me vieram à cabeça". Aqui exporei, de uma maneira menos formal, aquilo que penso sobre... coisas que me vieram à cabeça. Como tal, não posso nem quero definir os assuntos sobre os quais incidirei: a sociedade é vasta e a mente humana imprevisível.


Neste artigo, falo-vos de duas pragas: os Pais-Natal-Trepadores (PNT) e os Meninos-Jesus-Toalha-de-Praia (MJTP).

Os primeiros apareceram já há uns anos: assim a meio de Novembro, começam a surgir figurinhas vermelhas que, contrariando o peso da sua proeminente barriga, trepam vigorosamente à janela das pessoas. De início, causam estranheza. Depois, saturação. Agora, já nem ligo: algumas vezes até dão um efeito cómico.

Contudo, surge agora um fenómeno que, foi-me dito, visa combater os Pais-Natal-Trepadores. Já todos devem ter reparado que também por meados de Novembro apareceram como que por milagre milhares de toalhas de praia vermelhas nas janelas de Lisboa. Acontece que não surgiram por milagre, nem são toalhas de praia: ao que parece, numa promoção da Igreja Católica, são agora vendidos panos vermelhos com a figura do Menino Jesus. Pela módica quantia de 15 euros.

Sem questionar a nobreza da finalidade dos MJTP, parece-me que só vieram piorar a situação. São igualmente foleiros e danosos para a paisagem urbana. Pior: enquanto os PNT são objectos humildes que se vendem barato em qualquer loja dos trezentos do país, os MJTP são, na sua cruzada contra os PNT, insuportavelmente pretensiosos. E caros.


Por isso, crucifiquem-me, mas fico com os Pais-Natal-Trepadores.

2 comentários:

  1. Miguel, aqui está tempo perdido em que poderias ter estado a estudar Constitucional/IED.
    Os pais natais trepadores são um flagelo sim, mas é disso que muito português gostas - pirosadas à janela para fazer inveja ao vizinho do 3º andar. whatever, não vale a pena.

    ResponderEliminar
  2. Na verdade, percebo. Falar em termos puramente económicos e estéticos é típico da nossa sociedade materialista.
    Eu não digo que os panos vermelhos com o menino Jesus sejam bonitos. Nem os pais-natais-trepadores o são, concerteza.
    Mas enquanto os pais-natais são símbolos da sociedade consumista e do paganismo vazio que cada vez mais se associa ao Natal, os panos vermelhos com o menino são o contra-ataque a estes valores que degradaram tanto o espírito de Natal cristão. Uma luta que vale a pena, quanto a mim.
    Assim, o facto de fazer lembrar às pessoas que o Natal não são só prendinhas e barrigudos vermelhos faz me preferir os paninhos.

    Mas não te crucifico, isso é só na Páscoa:)

    ResponderEliminar