"Há nos confins da Ibéria um povo que nem se governa nem se deixa governar."
Caius Julius Caesar

02 janeiro, 2010

Incertezas

Iniciou-se ontem um novo ano, mas também uma nova década. Década importante para a nossa geração, que, provavelmente, entrará no mercado de trabalho, mas também para o país, que atravessa - e atravessará (?) - momentos difíceis e desafiantes.
A nível internacional, Portugal enquadra-se numa União a 27 (UE), em crise e pouco adaptada a um Mundo já muito diferente do de Roma (1957) ou Mäastricht (1992). Lisboa (2007) não parece também ter sido a luz de que a UE e os seus cidadãos precisam. ´
Para agravar, deparámo-nos com a emergência das potências BRIC (Brasil, Rússia, Índia, China), com as quais Portugal e a União têm dificuldade em competir. Conseguiremos superar ou resistir? Limitamo-nos a citar a inquietante incerteza do pensador português Adriano Moreira: "O futuro é demasiado complexo para ser razoavelmente previsível!".
Note-se que, apesar da incerteza da conjuntura internacional, o mesmo prof. Adriano Moreira aponta a janela de oportunidades para Portugal neste plano: Brasil e CPLP. E esse pode ser um caminho ao nível das Relações Externas!
A nível nacional, estão já diagnosticados muitos dos problemas. Cabe resolvê-los.
Destacamos a excessiva partidarização do Estado, algo a combater na década que se avizinha, designadamente alterando o sistema de governo para Portugal, numa urgente e necessária revisão constitucional. O défice das contas públicas e o endividamento externo (177 mil milhões de euros, 120 % do PIB, em Set. 2009) são, como já aqui foi dito em Novembro, igualmente graves.
Um país virado para o mar deveria repensar o aproveitamento que dele faz, nomeadamente ao nível da produção energética (com as chamadas "renováveis"), do sector das pescas e da melhoria dos seus portos, devolvendo ao país a condição de "porta marítima" da Europa. Negar a vocação marítima nacional é negar o passado de Portugal.
O sector agrícola não tem também sido alvo de aposta: há que ponderar sobre o rumo a dar a este sector, tão esquecido, mas tão necessário. O mesmo se diga para o sector secundário.
Parece-nos por isso indispensável a atracção de investimento estrangeiro em Portugal e , eventualmente, a redução do papel do Estado na actividade económica. Caberá, contudo, sempre ao Estado a criação das condições favoráveis ao investimento em Portugal - aí a reforma judicial e o combate à corrupção são fulcrais! Não pode também o Estado abster-se de levar a cabo uma melhoria das políticas para os sectores da Educação e Ensino Superior, de forma séria: não para as estatísticas.
Os desafios parecem ser muitos, para um Portugal que parte para a nova década fortemente limitado, em virtude das opções políticas que têm sido tomadas. O trabalho está à vista, mas não nos devemos assustar...afinal... "O Homem nasceu para trabalhar, tal como o pássaro para voar".
Bom ano e bom trabalho!

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