"Há nos confins da Ibéria um povo que nem se governa nem se deixa governar."
Caius Julius Caesar

18 dezembro, 2009

Grande Mário

Por Mário Crespo

In Jornal Noticias 14-12-2009

O palhaço

O palhaço compra empresas de alta tecnologia em Puerto Rico por milhões, vende-as em Marrocos por uma caixa de robalos e fica com o troco. E diz que não fez nada. O palhaço compra acções não cotadas e num ano consegue que rendam 147,5 por cento. E acha bem.

O palhaço escuta as conversas dos outros e diz que está a ser escutado. O palhaço é um mentiroso. O palhaço quer sempre maiorias. Absolutas. O palhaço é absoluto. O palhaço é quem nos faz abster. Ou votar em branco. Ou escrever no boletim de voto que não gostamos de palhaços. O palhaço coloca notícias nos jornais.

O palhaço torna-nos descrentes. Um palhaço é igual a outro palhaço. E a outro. E são iguais entre si. O palhaço mete medo. Porque está em todo o lado. E ataca sempre que pode. E ataca sempre que o mandam. Sempre às escondidas. Seja a dar pontapés nas costas de agricultores de milho transgénico seja a desviar as atenções para os ruídos de fundo. Seja a instaurar processos. Seja a arquivar processos. Porque o palhaço é só ruído de fundo. Pagam-lhe para ser isso com fundos públicos. E ele vende-se por isso. Por qualquer preço. O palhaço é cobarde.

É um cobarde impiedoso. É sempre desalmado quando espuma ofensas ou quando tapa a cara e ataca agricultores. Depois diz que não fez nada. Ou pede desculpa. O palhaço não tem vergonha. O palhaço está em comissões que tiram conclusões. Depois diz que não concluiu. E esconde-se atrás dos outros vociferando insultos. O palhaço porta-se como um labrego no Parlamento, como um boçal nos conselhos de administração e é grosseiro nas entrevistas.

O palhaço está nas escolas a ensinar palhaçadas. E nos tribunais. Também. O palhaço não tem género. Por isso, para ele, o género não conta. Tem o género que o mandam ter. Ou que lhe convém. Por isso pode casar com qualquer género. E fingir que tem género. Ou que não o tem. O palhaço faz mal orçamentos. E depois rectifica-os. E diz que não dá dinheiro para desvarios. E depois dá. Porque o mandaram dar. E o palhaço cumpre.

E o palhaço nacionaliza bancos e fica com o dinheiro dos depositantes. Mas deixa depositantes na rua. Sem dinheiro. A fazerem figura de palhaços pobres. O palhaço rouba. Dinheiro público. E quando se vê que roubou, quer que se diga que não roubou. Quer que se finja que não se viu nada.

Depois diz que quem viu o insulta. Porque viu o que não devia ver.

O palhaço é ruído de fundo que há-de acabar como todo o mal. Mas antes ainda vai viabilizar orçamentos e centros comerciais em cima de reservas da natureza, ocupar bancos e construir comboios que ninguém quer. Vai destruir estádios que construiu e que afinal ninguém queria. E vai fazer muito barulho com as suas pandeiretas digitais saracoteando-se em palhaçadas por comissões parlamentares, comarcas, ordens, jornais, gabinetes e presidências, conselhos e igrejas, escolas e asilos, roubando e violando porque acha que o pode fazer. Porque acha que é regimental e normal agredir violar e roubar.

E com isto o palhaço tem vindo a crescer e a ocupar espaço e a perder cada vez mais vergonha. O palhaço é inimputável. Porque não lhe tem acontecido nada desde que conseguiu uma passagem administrativa ou aprendeu o inglês dos técnicos e se tornou político. Este é o país do palhaço. Nós é que estamos a mais. E continuaremos a mais enquanto o deixarmos cá estar. A escolha é simples.

Ou nós, ou o palhaço.

13 dezembro, 2009

Samuelson


Morreu hoje, aos 94 anos, Paul Samuelson.
Presto aqui a minha homenagem àquele que foi um dos maiores economistas de sempre!


Sócrates e a oposição

Ouvia há pouco na TSF uma frase do nosso PM que me deixou confuso, para não dizer pior. Dizia ele num encontro da Federação da Área Urbana de Lisboa (do PS, claro está) qualquer coisa como – não me lembro das palavras certas – “A Assembleia da República não pode fazer aprovar tudo o que quer porque temos um mandato dos portugueses para governar” acrescentou “isso está errado”. Ai não pode? O Sr. José Sócrates já ouviu falar da separação de poderes? Dá ideia que a maioria absoluta o deixou muito mal habituado… Ele dirige o poder executivo, alguém lhe diga! É que o que aconteceu na legislatura passada devia ser uma excepção: o poder executivo e legislativo estarem nas mãos da mesma cabeça. Alguém diga àquele senhor que ele tem que governar o país de acordo com o que a AR lhe mandar, porque é ela que representa o querer do povo. Alguém lhe diga, também, que não se escude no “mandato claro” que o povo português lhe atribuiu. Primeiro porque só foi mandatado por 2 milhões de eleitores (acho que vamos nos 8M), em segundo porque se mandato houver é de poder executivo. A competência legislativa do governo, que noutros países é muito mais restrita, só serve para facilitar o exercício da sua verdadeira competência que é a executiva.

O que me preocupa, no fundo, é o desplante do disparate. O à vontade com que se dizem estas coisas: “isso está errado”, como se estivesse a falar um grande professor de ética política. Preocupa-me também que este senhor, que é nosso governante, esteja mesmo convencido disso, de que tinha direito a que a AR fosse mais na vontadinha dele.

Enfim, agora só daqui a 4 anos podemos por as coisas no sítio, esperemos. Entretanto a notícia vem na TSF, aqui, e no Público, acoli, omitindo aquela escabrosa frase do nosso PM.

08 dezembro, 2009

Spot de abertura da conferencia de Copenhaga



Não esperava que uma conferência desta magnitude recorresse a publicidade desta índole, que roça de perto um sensacionalismo alarmista, que nada credibiliza os trabalhos. Espero que esta abertura não seja um mau pronuncio e que da conferência saiam soluções concretas, para problemas concretos. Veremos...

Dá que pensar

Excerto de uma entrevista interessantíssima a a Stefano Allievi, Professor de Sociologia na Universidade de Pádua. Já se falou neste espaço de xenofobia, dá que pensar...

Um Alegre Presidente

Na sequência desta notícia, republico na íntegra um texto que já tinha escrito faz uns tempos. Mantenho o que disse, só tenho ainda mais vontade de apoiar Manuel Alegre.
"Começo por fazer uma declaração de interesses: sou um enorme fã de Manuel Alegre.
Parece que finalmente o Bloco tomou uma decisão em nome do interesse dos portugueses e do país. É óbvio que não há almoços grátis e possivelmente isto não passa de uma " jogada de bastidores" no já normal jogo do pendura e do oportunismo do Bloco.

Alegre parece-me ser um nome consensual na esquerda, provavelmente o único. A sua, e ao que parece boa, relação com o BE parece-me razão mais que suficiente para Louçã apoiar a sua candidatura. Depois de todo o jogo feito pelo BE, usar Alegre com forma de minar o PS e dividi-lo, era um tiro no pé não o apoiar caso este avance.

Da parte do PS não me parece sequer perfilar-se outro possível nome. E mesmo que haja nenhum será certamente melhor que Alegre. Ser o candidato socialista a umas eleições presidenciais será uma maneira de o manter no partido, a ele e a todos os que o apoiam. E manter Alegre é fundamental para o partido não perder a sua identidade, a sua ideologia e parte dos seus militantes e simpatizantes.

Parece-me de todo cedo para o assunto presidenciais começar a ser falado. A união há esquerda (sei que é quase uma utopia...) é para mim sempre uma boa solução. A direita unida ganha sempre a uma esquerda dividida, nunca a uma esquerda unida. Pena é que essa união muito raramente se verifique...e depois temos Cavaco...

Friso que Alegre foi nas ultimas eleições, é hoje e será sempre o meu candidato."

07 dezembro, 2009

Porque faz todo o sentido!

"Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.

E se tudo o mundo é composto de mudança,
Troquemo-lhes as voltas que ainda o dia é uma criança.

Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.

Mas se tudo o mundo é composto de mudança,
Troquemo-lhes as voltas que ainda o dia é uma criança.

O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já coberto foi de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.

Mas se tudo o mundo é composto de mudança,
Troquemo-lhes as voltas que ainda o dia é uma criança.

E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto:
Que não se muda já como soía.

Mas se tudo o mundo é composto de mudança,
Troquemo-lhes as voltas que ainda o dia é uma criança."

José Mario Branco

Amen III

Caro José, lamento o tardar da minha resposta. Ora visto que o teu post de título Amen II, já deu novela (como diria o grandioso João César Monteiro), eu vou limitar-me a responder um pouco ao estilo stricto sensu ás tuas respostas. Não que fosse do meu interesse poder deleitar-me em abordagens a diversos temas já referidos e que a mim tanto me interessam, contudo para tal necessitaria de muito mais que um post e há limite no que toca a colocar números romanos em frente da palavra Amén.

1-Por outro lado, confesso nunca ter ouvido ninguém da Igreja a incentivar a disseminação de uma doença (também pode ficar para outras núpcias)

-Queres mesmo deixar para outras núpcias? Eu não deixaria porque me parece interessante fazer um interessante raciocínio lógico! Há 22.2 milhões de pessoas no continente africano infectadas com o HIV, na América Latina o número é de 2 milhões e na Europa os infectados ascendem aos 2.3 milhões, a forma mais eficaz de impedir a propagação deste vírus é o uso do preservativo. O Papa que dentro da minha escassa cultura eclesiástica julgo ser a mais alta figura da hierarquia afirma: "The traditional teaching of the church has proven to be the only failsafe way to prevent the spread of HIV/Aids." Ora, atentar contra a única solução comprovada para a não disseminação de uma doença não será um incentivo á total propagação da mesma?


2- nem tampouco fazer apologia do molestamento de crianças.

Eu não referi qualquer apologia do molestamento, referi apenas o molestamento em si....Mas olha não digas isso muitas vezes porque a ideia ainda pega...

3-Essa é uma leitura inadmissivelmente tendenciosa de alguém que comenta uma notícia e recorta a parte que lhe desfaz o comentário, salvo o devido respeito a quem o faz. Vale a pena recordar o que disse o actual arcebispo de Dublin (que nada tem que ver com o escândalo) na mesma notícia: current Archbishop of Dublin, Diarmuid Martin, apologised to the victims, describing their abuse as an "offence to God". He said: "I offer to each and every survivor my apology, my sorrow and my shame for what happened."

Permite-me a confidência, mas na minha selecção informativa ou recorte como preferires, não houve propriamente uma postura tendenciosa, mas sim eminentemente preguiçosa, visto que essa citação seria óptimo material para um post, porque alias eu pretendia fazer uma pequena compilação de todos os pedidos de desculpa da igreja católica. Faz lembrar aquelas criancinhas que fazem os disparates e depois pedem desculpa, nós até aos 5 anos ainda desculpamos, mas quando a criancinha já tem quase dois mil é mais dificil.
Por outro lado e a propósito de pedidos de desculpa: Caso venha a haver uma convenção de luta contra a sida em Copenhaga como é que eles envelhecerão o Ratzinger para o seu pedido de desculpa em 2020, pelo facto de os infectados em África ter atingido os 40 milhões?
Quando eu tiver a compilação pronta, eu volto a este tema!

4-Há ainda outra inverdade clamorosa quando se diz que os arcebispos não contaram nada à polícia: For their part, Gardai frequently ignored complaints from victims, effectively granting priests immunity from prosecution. The inquiry found that church authorities nurtured inappropriately close relations with senior police officers. (Gardai é a força policial irlandesa)

Inverdade clamorosa?: An inquiry into child abuse at Catholic institutions in Ireland has found church leaders knew that sexual abuse was "endemic" in boys' institutions.

Fica aqui o artigo completo, só transcrevo o subtitulo pois basta:

Deixo por fim o video musical (não o oficial porque a incorporação desse foi desactivada sabe deus porquê) que se debruça sobre o tema, porque fica sempre bem passar publicidade a boas bandas:

06 dezembro, 2009

Coisas que me vieram à cabeça - I



Inauguro agora uma rubrica a que dou o título de "Coisas que me vieram à cabeça". Aqui exporei, de uma maneira menos formal, aquilo que penso sobre... coisas que me vieram à cabeça. Como tal, não posso nem quero definir os assuntos sobre os quais incidirei: a sociedade é vasta e a mente humana imprevisível.


Neste artigo, falo-vos de duas pragas: os Pais-Natal-Trepadores (PNT) e os Meninos-Jesus-Toalha-de-Praia (MJTP).

Os primeiros apareceram já há uns anos: assim a meio de Novembro, começam a surgir figurinhas vermelhas que, contrariando o peso da sua proeminente barriga, trepam vigorosamente à janela das pessoas. De início, causam estranheza. Depois, saturação. Agora, já nem ligo: algumas vezes até dão um efeito cómico.

Contudo, surge agora um fenómeno que, foi-me dito, visa combater os Pais-Natal-Trepadores. Já todos devem ter reparado que também por meados de Novembro apareceram como que por milagre milhares de toalhas de praia vermelhas nas janelas de Lisboa. Acontece que não surgiram por milagre, nem são toalhas de praia: ao que parece, numa promoção da Igreja Católica, são agora vendidos panos vermelhos com a figura do Menino Jesus. Pela módica quantia de 15 euros.

Sem questionar a nobreza da finalidade dos MJTP, parece-me que só vieram piorar a situação. São igualmente foleiros e danosos para a paisagem urbana. Pior: enquanto os PNT são objectos humildes que se vendem barato em qualquer loja dos trezentos do país, os MJTP são, na sua cruzada contra os PNT, insuportavelmente pretensiosos. E caros.


Por isso, crucifiquem-me, mas fico com os Pais-Natal-Trepadores.

Madeira

Porque razão não dá a Madeira independência a Portugal Continental?


Achei esta frase soberba. Foi veiculada num comentário a esta notícia e reflecte o estado de cansaço que o "contenente" já começa a ter dos contínuos dislates de JJ.

A Sicília continental, como o Sr. João Jardim nos chamou, agradecia ficar livre do "jugo" tirânico, das birras e flutuações de humor de quem pede sempre muito, mas contribui pouco.

A (não) tão Bella Italia II

Artigo interessantíssimo sobre a qualidade da democracia italiana. As denúncias partem de um jornalista, criticando a apatia política, e vão desde violações do contrato social de Rosseau, até às mágoas dos totalitarismos. Tudo é abordado de forma consistente e preocupante.

O controlo do quarto poder e ingerências nos outros três, são também denunciados por quem não tem medo. Isto num país em que a Máfia será talvez um quinto poder, exige alguma frieza e coragem!

05 dezembro, 2009

Um Real Mourinho?


A aventura em Milao parece estar a chegar ao fim. Proxima paragem, Madrid?

Universidades Portuguesas

Este artigo no DN, sobre a aferição da qualidade do nosso ensino universitário, corrobora as preocupações expressadas pelos alunos no passado mês de Novembro, aquando a marcha pelo ensino superior, que reuniu cerca de 4.000 discentes de todo o país.

As conclusões do estudo, de âmbito europeu, não são as melhores:
Fraca eficiência, falta de doutorados, falta de investigação, fraca adaptação dos programas às necessidades do mercado de trabalho.
Sugere-se ainda, no final do artigo, um financiamento dependente de resultados.


Estas ideias oferecem duas críticas.
Apesar de a formação superior dos alunos ter um objectivo de posterior integração no mercado de trabalho, a transformação funcionalista das universidades em meras fábricas de futuros trabalhadores, atenta contra a própria origem do conceito universitário. A criatividade, o espírito de investigação, o empreendedorismo, a criação de novas soluções nos âmbitos de estudo, sempre coadjuvadas pelos mestres, fazendo um bom uso da sua libertas docendi, devem ser por excelência, os objectivos de uma universidade que se preze.

A segunda crítica adverte para os perigos de atribuir verbas de acordo com os resultados obtidos. Fazer depender o financiamento dos resultados é, per si, uma ideia boa. Resta é saber que resultados. Se os critérios de avaliação passarem pela quantidade de alunos licenciados, dispenso! Essa forma seria apenas e só uma maneira de promover o facilitismo, indo contra o rigor e exigência que se pretende.

Nunca convém esquecer que os alunos de hoje serão os profissionais de amanhã.
Fica a pergunta: que profissionais queremos no nosso país?

04 dezembro, 2009

Francisco Sá Carneiro

Francisco Sá Carneiro
Porto, 19 de Julho de 1934 — Camarate, 4 de Dezembro de 1980


Depois de um debate quinzenal tão agitado é curioso ver MFL a recorrer ao auxílio dum ícone do PSD e da política nacional para justificar as suas opções políticas.
A necessidade de se socorrer do "argumento de autoridade" de alguém, que infelizmente já faleceu à 29 anos, diz muito sobre a corrente ideológica (ou falta dela) de um partido...

Pimba, pimba e pimba!

"Não tenha esse comportamento nervoso, é um comportamento impróprio. Eu digo-o aos meus filhos e digo-lhe a si, porte-se com juizinho."

"Manuela Ferreira Leite elevou a coscuvilhice a matéria de debate politico, o que é indigno"

E foi mais um Debate Quinzenal no nosso Parlamento, muito ao nosso estilo América Latina.

Grupo G - Mundial 2010


02 dezembro, 2009

1ºLugar do Grupo


Num grupo com Everton, AEK e Bate Borisov o Benfica garante o primeiro lugar do Grupo I a uma jornada do fim. Parabéns!

01 dezembro, 2009

Tratado de Lisboa

No dia da restauração na nossa independência falo de um Tratado com o nome da nossa capital. Foi hoje, no Mosteiro dos Jerónimos, oficialmente assinado um tratado reformulador quem vem, inequivocamente, dar mais poder ao Parlamento Europeu.

Dando poder ao órgão representativo dos cidadãos dá-lhes de forma indirecta também mais poderes. É altura de perceber qual o rumo que esta Europa deve tomar. O caminho rumo à Federação parece ser o mais certo, pergunto-me se será o melhor...

Ainda sobre as mortes lentas...

Atenção: Este Post não fala sobre o Sporting, mas sim sobre o Benfica. Quem dispensar a sua leitura pelo óbvio desinteresse do tema, os meus cumprimentos e compreensão.


Sobre as mortes lentas preconizadas anteriormente, veio hoje a lume uma notícia que talvez dê que pensar. As palavras falência técnica e "somos os maiores", apresentam alguns problemas de conjugação na mesma entidade. Mas isso deve ser problema meu, que vejo o mundo a cores ao invés de branco e encarnado...

1 de Dezembro de 2009

Hoje, para além da independência nacional, assinala-se também o Dia Mundial Sida. Efemeridades destas apresentam uma eficácia prática simbólica, no entanto detêm o poder de alerta para questões prementes, na nossa sociedade e no mundo.

Ninguém, a não ser os acérrimos Malthusianos pode ficar indiferente a esta doença. Nem que seja de um ponto de vista estritamente egoístico de auto-protecção, usando os devidos meios contraceptivos nas suas relações sexuais.

Os doentes que contraíram o Síndrome de Imunodeficiência Adquirida, são alvo de discriminações infundadas a vários os níveis. Desde o seu local de trabalho, até à recusa desumana de entrada em lares de idosos, passando por simples empréstimos junto da banca e terminando na base de tudo, a própria família. Quem padece de HIV tem que passar por inúmeras provações impostas pela sociedade, cumulativamente com as inerentes à doença em si.
Que este dia sirva, acima de tudo, de alerta para começarmos a demonstrar um pouco de humanidade na maneira como queremos que a sociedade lide com a doença.


A discriminação não é solução!



A (não tão) Bella Italia

"Más de 55.000 personas afiliadas; decenas de grupos ?ultras? en los estadios de fútbol; bandas de rock nazi o identitario; agresiones contra extranjeros, negros, homosexuales. Bajo el sonriente paraguas de Silvio Berlusconi, vuelven a Italia las consignas totalitarias y la violencia fascista."

Era assim que se iniciava a reportagem do El País sobre o renascimento (ou será o despertar de um longo sono?) do fascismo em Itália. Venho aqui expressar a minha preocupação com este fenómeno que felizmente parece ainda não ter cá chegado.
O link para a reportagem, em castelhano (foi também publicada, pelo menos parcialmente, na Visão de 19/11/2009), é o seguinte: http://www.elpais.com/articulo/portada/fascismo/despierta/Italia/elpepusoceps/20091004elpepspor_8/Tes
Aconselho a leitura do artigo, que está muito completo e bem escrito. De qualquer das formas, queria realçar o seguinte: se o ressurgimento de organizações fascistas, racistas e xenófobas já é por si um facto aterrador, mais ainda se torna quando goza da protecção e às vezes incentivo por parte do poder; ou pior, quando essas organizações passam a ser o próprio poder (caso, por exemplo, da Lega Nord).
E neste contexto, é preciso referir um nome: Silvio Berlusconi. Silvio, o Duce (como já foi chamado), Silvio, o Homem do Povo, Silvio, o Playboy... podia estar aqui o dia inteiro porque este senhor já fez de tudo, quase sempre de uma maneira obscura e/ou ilegal. Ao longo dos últimos 20 anos, principalmente, este magnata das telecomunicações e do futebol foi progressivamente aproximando-se de grupos de direita e extrema-direita, com os quais convenientemente se coligou para ganhar eleições. E teve sucesso. Sempre em nome da Bella Italia (e bela é, de facto, o que só me entristece mais), Silvio tem feito aprovar impunemente medidas inconcebíveis - tentou até conferir a si próprio imunidade - e protegido grupos cuja própria existência é desafiadora de todas as convenções de Direitos do Homem, ratificadas pela Itália. É o "paraguas" (guarda-chuva) de que fala o El País.
Berlusconi conseguiu reduzir a população cigana italiana em 80%: o resto, encarcerou-os em guetos. Não contente, forçou os médicos a denunciarem os imigrantes ilegais que lhes pedissem auxílio. Agora, depois de ter diminuído o orçamento das forças policiais, legalizou as milícias populares. E eu que pensava que as bruxas já tinham sido todas caçadas.
Esta é apenas uma pequena parte do terror. O artigo tem muito mais, e mesmo assim deixou aspectos de fora.
Agora pergunto: Não há ninguém que pare este criminoso? O Saramago sozinho não vai lá.

1 de Dezembro de 1640


1 de Dezembro - Coroação de D. João IV


Porque a nossa história deve ser relembrada, com o orgulho de quem aprendeu valiosas lições, de modo a incutir esperança e um rumo para um futuro, que muitas vezes parece incerto.

Quando tudo parecia perdido e dominado, sem volta a dar, um grupo de indivíduos insurgiu-se contra as injustiças e revoltou-se, num acto de heróica autodeterminação.
Apesar de todos os conflitos históricos, gosto dos nuestros hermanos, somos em tudo muito semelhantes, mas nunca me poderia considerar um Iberista.
Como tal, venho deste singelo modo agradecer a todos os portugueses que desafiaram 60 anos de regime Filipino. Só com o seu sacrifício, posso neste momento estar a falar, em vez de hablar.

Ainda o Braga x Benfica



Alguém me consegue explicar porque é que o Sr.Arbitro expulsou o Cardozo?!